Um dia depois de perder Paulo José, a dramaturgia nacional perdeu outro grande ícone. Morreu em São Paulo o ator Tarcísio Meira aos 85 anos. Ele perdeu a batalha nesta quinta-feira (12) para o Covid-19. Ele foi internado no último dia 6 ao lado da sua esposa, Glória Menezes, que segue internada.
O anúncio foi confirmado pela família em uma publicação no perfil do ator nas redes sociais "Comunicamos o falecimento do nosso querido Tarcísio Meira, nosso eterno João Coragem, que lutou bravamente contra essa terrível doença. Agradecemos a todos pelas orações e por ter nos acompanhado esse tempo todo, estamos arrasados", diz o comunicado citando o seu marcante personagem na primeira versão da novela "Irmãos Coragem" que foi ao ar em 1970.
Além de João Coragem, o eterno galã da TV brasileira deixa na memória de todos nós personagens inesquecíveis em produções como Cavalo de Aço (1973), 'O Semideus (1973), Guerra dos Sexos (1983), O Tempo e o Vento (1985), Desejo (1990), Rei do Gado (1996), Torre de Babel (1998), Hilda Furacão (1998), A Muralha (2000), O Beijo do Vampiro (2002), Senhora do Destino (2004), Páginas da Vida (2006), A Favorita (2008), A Lei do Amor (2016) e Orgulho e Paixão de 2018 que acabou sendo seu último trabalho na telinha. Na trama, ele deu vida a um poderoso industrial britânico chamado Lorde Williamson, mas não pode ficar até o final da novela, já que uma infecção pulmonar lhe fez ser afastado.
Na maioria das novelas citadas acima, ele contracenou com seu grande amor e companheira de uma vida, Glória Menezes. Eles se conheceram há exatos 60 anos e depois de se casarem em 1962. Eles tiveram um único filho, o também ator Tarcísio Filho.
Fora as novelas, Tarcísio também é uma lenda do teatro, onde começou a sua carreira na atuação nos anos 50, logo após se formar como diplomata.Ele atuou em peças como Chá e Simpatia e Quando As Paredes Falam, ambas em 1957.
No cinema ele também marcou época participando de diversos filmes, o mais marcante deles sem dúvidas é como Aprígio em O Beijo no Asfalto de Bruno Barreto, inspirado na obra de Nelson Rodrigues onde protagonizou o primeiro beijo gay da dramaturgia brasileira com Ney Latorraca.
“O trabalho do ator é bonito e útil. Diz respeito à sensibilidade. Eu procuro desempenhá-lo da melhor maneira possível, com a máxima eficácia. Tento convencer as pessoas das verdades daquele personagem. Essa carreira me gratifica muito”, afirmou ele em entrevista ao site Memorial Globo.
Nascido em São Paulo em 5 de outubro de 1935, Tarcísio Pereira de Magalhães Sobrinho, como era seu nome de batismo, vai deixar muitas saudades e um legado que nunca poderá ser apagado.