A prisão de Roberto Jefferson continua provocando reações dos seus defensores nas redes sociais. Desta vez, quem se pronunciou oficialmente sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes foi o clã Bolsonaro. Neste sábado (14), o presidente Jair Bolsonaro usou seu perfil no Twitter para criticar as medidas adotadas pelo Supremo Tribunal Federal no combate às tentativas de desmoralização do órgão e da ação das milícias digitais.
Em suas postagens, Bolsonaro além de afirmar que Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso estão extrapolando os limites da Constituição Federal, adiantou que vai solicitar ao Senado a abertura de um processo de impeachment contra ambos.
"Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal", publicou o chefe do executivo.
O presidente também destacou que a sociedade brasileira não vai aceitar limitações do direito à liberdade de expressão.
"O povo brasileiro não aceitará passivamente que direitos e garantias fundamentais (art. 5° da CF), como o da liberdade de expressão, continuem a ser violados e punidos com prisões arbitrárias, justamente por quem deveria defendê-los", escreveu Bolsonaro.
Os filhos do presidente também se pronunciaram sobre a prisão do ex-petista e já condenado pela justiça por participação no esquema do mensalão do Partido dos Trabalhadores. Em suas publicações no Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro acusou os ministros do STF de ditadores.
"Todas as arbitrariedades que estão acontecendo hoje, era o que diziam que Jair Bolsonaro faria caso fosse eleito presidente em 2018. De fato a ditadura chegou, mas pelas mãos de 2 ministros do STF: Barroso e Alexandre de Moraes", afirmou o parlamentar.
Ele também falou sobre à intenção de Jair Bolsonaro solicitar o pedido de impeachment dos ministros. Segundo Eduardo, a tese apresentada pelo Presidente da República será baseada nas inúmeras violações cometidas pelos magistrados.
"Presidente Bolsonaro levará semana que vem ao Presidente do Senado Rodrigo Pacheco @rpsenador (DEM-MG) pedido de impeachment de Barroso e Alexandre de Moraes, conforme prevê o art. 52 da Constituição. Base do pedido é contínuas violações de liberdades como a de expressão", alertou.
Já o vereador carioca Carlos Bolsonaro se irritou com a associação do seu nome à possibilidade de uma possível prisão por envolvimento na organização que promove a veiculação de fake news nas redes sociais. Nos seus posts, ele disse acreditar que Roberto Jefferson foi preso de forma injusta.
"Há um bando de malandros tentando ligar especificamente MEU NOME ao enredo da prisão de chefe de outro partido, mais uma vez para atingir o Presidente e “se esquecem” de incluir em suas cobranças a todos que deveriam, mirando no desgaste proposital de um só. TEM MÉTODO! Mesmo que este senhor, ao meu ver, preso de forma injusta, sempre indireta e direta me ataque quando pode, sem eu saber os motivos, qualquer inocente sabe que sua prisão é preocupante não somente a um, mas a todos os brasileiros. Inclusive aos que celebram quando acontecem com A e reclamem quando acontece com B. Sejamos sempre justos, pois a política é muito podre", lamentou Carlos.
Até o fechamento desta matéria, o único que não havia se pronunciado sobre a polêmica foi o senador Flávio Bolsonaro.
Indiretamente, por meio da sua conta oficial no Twitter, o ministro Luís Roberto Barroso alfinetou seus algozes.
"DICA DA SEMANA:
- Um livro: 'Torto Arado', Itamar Vieira Junior
- Um pensamento: 'Em épocas de mentiras generalizadas, dizer a verdade é um ato revolucionário', George Orwell
- Uma música: 'Não enche', Caetano Veloso", ironizou o magistrado.