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Bombeiros enfrentam problemas de efetivo e desconhecimento da população

Legislação diz que o estado deveria ter 23.475 bombeiros militares mas tem menos de 15 mil

Por Cláudio Rangel em 30/09/2018 às 16:34:34

Foto: Divulgação CBMRJ

Setembro de 2018 termina com casos emblemáticos de incêndio. Ocorrências como as do Museu Nacional, no Rio, e da biblioteca Farol do Saber Cícero Marcelino, de Cidelândia, no Maranhão, foram os que mais chocaram o país. De acordo com os dados estatísticos do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, setembro é o mês de maior número de ocorrências no Estado. Mas a corporação enfrenta o problema da redução de seus quadros. Em 2017, perdeu 7,5% do total de seu quadro de militares.

O Corpo de Bombeiros enfrenta os reflexos da crise do Estado. O efetivo do Rio de Janeiro é definido por lei de 2012. De acordo com legislação, o estado deveria ter 23.475 bombeiros militares. No ano passado, o efetivo contava com 13.690 militares em todo o estado, cerca de 10 mil a menos do que define a lei. No ano anterior, este número era de 14.797. Apesar do reduzido contingente, os bombeiros fluminenses enfrentaram 31.160 pedidos de combate ao incêndio em todo o estado, além de outras ocorrências.


A falta de estrutura reflete no resultado das operações. Durante o combate ao incêndio do Museu Nacional, a falta de água nos hidrantes foi um problema sério. Os soldados tiveram que improvisar a retirada de água de um lago da Quinta da Boa Vista. O atraso provocou resultados negativos no combate ao fogo.

Setembro de fogo

O Anuário do Corpo de Bombeiros Militar está em sua segunda edição. De acordo com os registros da edição de 2017 o mês de setembro foi o de maior número de ocorrências registradas pela corporação naquele período - 5704 dos 31.160 pedidos de socorro. E as estatísticas aumentam. No ano passado, o número de incêndios foi 12.7% maior do que em 2016. Boa parte dos casos ocorreram em edificações. Foram 23,8% do total.

No Rio de Janeiro, os bombeiros atendem a 943 casos por dia. Em relação às vistorias de prédios, apenas no ano passado foram emitidos 55.309 laudos, certificados e autorizações após vistorias e análises técnicas na área de segurança contra incêndio.

Como estar seguro

As dificuldades se estendem ao poder de fiscalização da corporação. De acordo com Camila Pessanha, assessora de Imprensa do CBMRJ, As vistorias da corporação são realizadas quando ocorre requerimento do responsável legal, devido ao surgimento de denúncia e ações inopinadas realizadas de forma aleatória pelo Corpo de Bombeiros. Ela explica que cabe ao proprietário do imóvel buscar os Bombeiros:

"O responsável legal deve apresentar um projeto de segurança contra incêndio e pânico ao CBMERJ, que analisará com base na legislação vigente e emitirá um laudo de exigências. Após executar as pendências, o responsável deve solicitar uma vistoria. Em caso de estar em conformidade com as normas, é emitido o Certificado de Aprovação por parte do Corpo de Bombeiros", explica.

Camila revela ainda que são muito comuns os incêndios em condomínios. Ela explica que o Corpo de Bombeiros recomenda a adequação das edificações ao Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (CoSCIP). Nele constam os equipamentos essenciais a um sistema de proteção e combate a incêndios:

"O prédio deve possuir duas mangueiras, sendo uma acoplada diretamente ao registro, em cada caixa de incêndio. Os extintores precisam estar sempre carregados, recarregados anualmente caso não foram usados e a cada vez que forem totalmente ou parcialmente utilizados ser recarregados anualmente. O teste de cilindro (que mede a resistência do cilindro) deve ser realizado a cada cinco anos. A casa de bomba deve ser temporariamente acionada - pelo menos, semestralmente. E o prédio deve realizar um teste prático de todos os equipamentos anualmente, com uma empresa credenciada junto ao Corpo de Bombeiros e ao Inmetro", explica.

Diante de tudo isso, o Corpo de Bombeiros orienta os condomínios a criar uma rotina que permita verificar com regularidade os equipamentos e procedimentos de prevenção contra incêndio:

"A medida gera uma consciência de prevenção e um conhecimento da existência dos equipamentos para evitar reincêndios, tanto nos empregados quanto nos moradores", conclui.

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