O Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro condenou, na madrugada desta sexta-feira (8/10), mais dois réus do grupo de 12 denunciados na Operação Intocáveis, realizada em 2019 pela força-tarefa integrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para o combate a atuação de uma milícia na região das comunidades de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio. No dia 29 de setembro, no primeiro júri, também presidido pelo juiz Gustavo Kalil, o tenente reformado da PM, Maurício Silva da Costa, o “Maurição”, foi condenado a 30 anos de reclusão, em regime fechado, após ter sido considerado culpado pela morte de Júlio de Araújo, executado a tiros em setembro de 2015 na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, além de ser considerado um dos líderes da milícia. No mesmo júri, Fabiano Cordeiro Ferreira, o “Mágico”, foi condenado a oito anos de reclusão, também em regime fechado, e 360 dias-multa, por ser um dos integrantes da mesma organização criminosa. No dia 21/10, também a partir das 10 horas, acontece o terceiro júri, para os acusados Ronald Paulo Alves Pereira e Daniel Alves de Souza; no dia 18/11, serão julgados Jorge Alberto Moreth e Laerte Silva de Lima; na semana seguinte, no dia 25, Benedito Aurélio Ferreira Carvalho e Gerardo Alves Mascarenhas; e, no dia 9/12, os dois últimos acusados, Marcus Vinícius Reis dos Santos e Júlio Cesar Veloso Serra. Processo nº 0351054-60.2019.8.19.0001
O segundo júri foi presidido pelo juiz Gustavo Kalil, que proferiu a sentença à 1h da manhã de sexta-feira. Manoel de Brito Batista, o “Cabelo”, foi condenado a 17 anos de reclusão e 583 dias-multa. Já Fábio Campelo Lima foi condenado a 14 anos de reclusão e 283 dias-multa. O Conselho de Sentença, por maioria, considerou Manoel e Fábio culpados por pertencerem à organização criminosa e por corrupção ativa, por prática de suborno a agente público para conseguir a liberação do funcionamento de empresa utilizada para o êxito das operações ilícitas da milícia.
Manoel recebeu pena maior, pois foi reconhecido pelo Júri como braço direito do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da PM Adriano da Nóbrega, o “Capitão Adriano”, denunciado na Operação Intocáveis como líder da organização criminosa e morto em fevereiro de 2020, na Bahia, durante uma perseguição policial.
Primeiro júri, concluído 29 de setembro, condenou dois líderes da milícia
O magistrado desmembrou o processo envolvendo os 12 acusados, considerando a necessidade de se limitar a dois o número de réus a ser julgados por sessão plenária, a fim de garantir mais tempo de debates, assim como diminuir a quantidade de pessoas por dia, à luz da pandemia de COVID-19.
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro