O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (14), uma nova edição da Campanha Nacional de Combate à Sífilis. A doença é transmitida por contato sexual, podendo infectar tanto mulheres quanto homens, e também pode ser desenvolvida durante a gestação ou o parto, causando consequências ao feto.
Em 2020, de acordo com o Ministério da Saúde, foram contabilizados 115.371 casos de sífilis adquirida no país. Desse total, 61.441 diagnósticos da doença foram confirmados em gestantes. A pasta ainda registrou 22.065 casos de sífilis congênita, quando a transmissão ocorre durante a gestação. Além disso, 186 bebês com menos de 1 ano morreram pela doença.
Na comparação com 2019, o Brasil teve queda em algumas das estatísticas referentes à enfermidade. Naquele ano, o Ministério da Saúde contou 152.915 casos de sífilis adquirida — 32% a mais do que em 2020 —, e 24.130 de sífilis congênita — 9% a mais do que em 2020. Por outro lado, o país teve 61.127 casos da doença em gestantes e 173 mortes de recém-nascidos em 2019.
No entendimento da pasta, por mais que alguns números tenham caído, a quantidade de casos ainda preocupa. O ministério alerta que, no caso de mulheres grávidas acometidas pela doença, o diagnóstico tardio ou a falta de tratamento adequado podem levar a gestante ao abortamento ou parto prematuro. Já para o feto, há o risco de desenvolvimento de lesões de pele, baixo peso, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, outras malformações e morte.
Levando em conta essas informações, o ministério vai intensificar campanhas para conscientizar a população a se prevenir de infecções sexualmente transmissíveis e ampliar a qualificação de profissionais da saúde para atender a pacientes diagnosticados com sífilis.
De todo modo, o Ministério da Saúde pede que os brasileiros façam uso de preservativo, que é a principal arma contra a doença. Além disso, segundo a pasta, é fundamental que aqueles que têm dúvida se estão com a doença façam o teste para sífilis. O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece esse exame de forma gratuita.
De acordo com o secretário de Atenção Primária à Saúde do ministério, Raphael Parente, tão importante quanto a testagem de gestantes é a testagem dos seus parceiros. “O parceiro tem que ir ao pré-natal para ser testado. E se der positivo, tem que ser tratado. A proteção é para ele, mas principalmente para a sua parceira e para o seu bebê, que é quem mais vai sofrer. Talvez, ele nem nasça se tiver positivo, mas se nascer, pode ter sequelas muito graves.”
Fonte: Agência Brasil