O Movimento Baía Viva emitiu nota de alerta sobre os problemas que provocam tragédias climáticas como as fortes chuvas que vitimaram dezenas de pessoas na cidade fluminense de Petrópolis.
Segundo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, a região teve a pior chuva desde 1932. Números recentes da Secretaria Estadual de Defesa Civil do Rio de Janeiro indicam que foram confirmadas 94 mortes em decorrência dos deslizamentos e enchentes na região. Até a noite desta quarta-feira, 21 pessoas foram resgatadas com vida nas áreas atingidas da cidade localizada na região serrana do estado.
Nota do Baía Viva
"Sobre a mais nova Tragédia Climática de Petrópolis (RJ), o Movimento Baía Viva fundado em 1984 alerta que à imprevisibilidade provocada pelos crescentes efeitos extremos das mudanças climáticas que constata-se já ocorrem na escala global e estão presentes no cotidiano das sociedades de diversos países, do Norte rico ao Sul global desigual, é preciso apontar que em áreas (cidades) densamente urbanizadas e populosas, onde não houve um prévio planejamento urbano e o adequado ordenamento territorial, infelizmente, os cenários de riscos cumulativos e as perdas humanas e prejuízos socioeconômicos tendem a se intensificar nos próximos anos.
Ou seja: trata-se sim de uma tragédia anunciada, fruto do somatório ou combinação perfeita entre a imprevisibilidade das alterações no clima, associadas ao descaso e a conhecida irresponsabilidade histórica de sucessivos governantes por décadas e décadas desde meados do século passado!
Face a este cenário de incertezas, alertamos à sociedade brasileira e aos poderes públicos que caso as cidades brasileiras, com o apoio técnico e investimentos financeiros oriundos dos governos federal e dos Estados, não passem a adotar imediatamente e de forma séria os já obrigatórios Planos de Mitigação e de Adaptação às mudanças climáticas e em especial programas habitacionais de interesse social (voltados prioritariamente às populações de baixa renda e famílias trabalhadoras em situação de vulnerabilidade social e pobreza), ou, infelizmente, cada vez mais, viveremos tempos de muita dor e sofrimento, além das perdas econômicas incalculáveis como a destruição das infraestruturas urbanas, como a que se abateu sobre as famílias enlutadas de Petrópolis!
Estamos de luto e solidários com os que perderam seus entes queridos, parentes e amigos. Ao mesmo tempo, continuaremos indignados e lutando contra tanta irresponsabilidade governamental!"
Sérgio Ricardo
Cofundador do Baía Viva
Baía viva