Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes é uma doença crônica que acomete mais de 16 milhões de brasileiros. E no mundo, já afeta cerca de 422 milhões de pessoas.
Para chamar a atenção da população sobre a importância do combate ao diabetes é feita mundialmente uma campanha de conscientização. O dia 14 de novembro foi escolhido como o Dia Mundial do Diabetes, e no Brasil, a data é promovida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). O tema de 2018 trata sobre "a família e o diabetes".
A doença é caracterizada pela elevação da glicose no sangue, que pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação da insulina. "O corpo precisa da insulina para transformar o açúcar - obtidos por meio da alimentação - em energia. Com o nível de glicose alto (hiperglicemia), os órgãos, vasos sanguíneos e nervos podem sofrer danos", explica a endocrinologista do Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher (CEPEM), Christiane Carvão.
Com a cor azul como símbolo, mais de 800 monumentos e prédios ao redor do mundo são iluminados de azul no dia 14 de novembro. No Brasil, pontos turísticos como o Elevador Lacerda, o Maracanã, o Cristo Redentor e o Masp também participam da campanha.
Causas
O diagnóstico do diabetes tipo 1 acontece geralmente na infância e na adolescência, o que aumenta a responsabilidade familiar. Aqui, englobam-se alimentação saudável, controle da glicemia, condução da insulinoterapia, identificação e ação perante episódios de hipoglicemia. "A atenção especial da família ao processo de transição, conforme a criança cresce e chega à adolescência, é fundamental para que a conscientização e o autocuidado se ampliem naturalmente", comenta a médica endocrinologista e presidente da SBD, Drª Hermelinda Pedrosa.
Já o diabetes tipo 2, declara a presidente da SBD, surge em geral na fase adulta e está ligado à resistência à ação e diminuição da produção de insulina no pâncreas, ação deficiente de hormônios intestinais, dentre outros. A obesidade, dislipidemia (elevação do colesterol e triglicerídeos), hipertensão arterial, histórico familiar da doença ou de diabetes gestacional, e o processo de envelhecimento são os principais fatores de risco.
"Ao contrário do que se pensa, explica a médica Christiane Carvão, o diabetes tipo 2, quando recém diagnosticado, pode ser curado se a pessoa logo adquirir novos hábitos de vida e fazer uso correto da medicação. O diabético tipo 1, apesar de ter uma condição "incurável", pode e deve levar uma vida normal, apenas tendo um pouco mais de disciplina em manter uma alimentação saudável, monitorando os valores da glicose e aplicando insulina de acordo com sua alimentação. Diversas personalidades e atletas tem diabetes tipo 1 sem que ninguém nem perceba algo diferente", completa.
Riscos
"O diabetes descontrolado pode causar uma série de complicações ao organismo. No sistema circulatório, ele pode levar ao infarto, causar falta de sangue nas pernas (doença vascular) e acidente vascular cerebral (AVC). Já no sistema nervoso, o diabetes pode gerar a destruição de fibras nervosas responsáveis pela sensibilidade, a sensação de dor constante e dormências nas mãos e pés. Para o sistema urinário, a doença pode acarretar insuficiência renal. Além disso, o diabetes pode causar a sensação de "estômago inchado", má digestão, diarreia, dificuldade de controlar as evacuações, disfunção erétil e cegueira", ressalta a endocrinologista Christiane Carvão.
Tratamento
O tratamento demanda mudanças no estilo de vida - ao receber o diagnóstico do diabetes, as adaptações da rotina devem ser intensificadas, sobretudo, na eliminação de alimentos inadequados e do sedentarismo.
"O envolvimento proativo da família aumenta o comprometimento de quem recebeu o diagnóstico, seja criança, adolescente, adulto ou uma pessoa idosa, e motiva um seguimento com mais chance de êxito resultando em melhor controle, mais qualidade de vida e menor frequência de complicações. Além disso, favorece o engajamento a associações de pessoas com diabetes, para buscar melhorias para o tratamento nas esferas governamentais e, claro, em campanhas de alerta para prevenção", afirma a presidente da SBD.
Para a presidente da SBD "O manejo da doença é complexo e demanda integração com todas as atividades diárias. O ambiente no qual a pessoa está inserida tem papel fundamental na forma como ela lida com o diabetes, e isso impacta no sucesso ou na falha do tratamento".
Prevenções
"A principal forma de prevenção é ter uma vida saudável, moderando o estresse, evitando ganho excessivo de peso, praticando atividades físicas e mantendo uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes, carnes magras e gorduras insaturadas", relata Drª Christiane.