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Cara de pau

Ladrão de obras da Biblioteca Nacional quer sua história contada em filme

Obras foram devolvidas após perícia nesta segunda-feira


Foto: Reprodução TV Record

O ladrão confesso das obras de arte pertencentes a Biblioteca Nacional e que foram devolvidas nesta segunda-feira quer virar história: suas denúncias, que confirmaram a hipótese do BN sobre onde estavam as obras, em posse do Itaú Cultural, foram motivadas pela vontade de ter sua vida contada no cinema. Laéssio Oliveira virou documentário mas quer que suas ações virem ficção e diz que já sabe até quem poderia interpretar ele na fase jovem e mais velha.

Em abril, a BN e o Itaú Cultural firmaram uma parceria por conta da suspeita de que parte do acervo comprado pelo Itaú de um colecionador era roubada. No acordo 102 obras foram submetidas à perícia, dentre as quais, as devolvidas ontem. Algumas não puderam receber um laudo conclusivo por terem sido manipuladas, lavadas ou recoloridas e 32 foram identificadas como não pertencentes à Biblioteca.

Os três desenhos de Keller–Leuzinger, de acordo com a BN puderam ser identificados de forma fácil porque se tratam de peças únicas, além da biblioteca ter uma vasta documentação sobre a sua aquisição. Entretanto a litogravura de Buvelot & Moreau foi modificada. Segundo os peritos, a imagem era monocromática, mas foi raspada e colorida há poucos anos com lápis de cor, ferramenta que não se usava no século XIX. Ainda assim, a peça foi reconhecida porque os técnicos conseguiram identificar, com uma luz especial, o número do cofre onde ela ficou guardada na biblioteca.

As obras foram roubadas por Laéssio Oliveira, que confessou ter roubado, por meio de cartas escritas no início de 2017. Ali, o ladrão revela que as gravuras de Emil Bausch foram roubadas por ele e vendidas ao colecionador Ruy Souza e Silva, que as vendeu ao Itaú. Por conta da denúncia, as obras foram para a perícia onde foi constatado que de fato eram do acervo.

Em depoimento à Polícia Federal e ao Jornal O Globo, Laéssio afirma ter roubado outras obras que ainda estão em poder do Itaú Cultural: um desenho a lápis de título “Mulheres do mangue”, de Lasar Segall; uma aquarela da cidade de Manaus de Franz Keller-Leuzinger do século XIX; e litogravuras ovais do “Álbum do Rio de Janeiro moderno”, de 1960, de Sebastien Auguste Sisson.

As denúncias de Laéssio tem duas motivações: vingança e desejo de virar filme.

O ladrão confesso afirma que 80% do que roubou foi a mando de Ruy Souza e Silva, que vem a ser o ex-marido de Maria Alice Setubal, herdeira do Itaú.

“Dr. Ruy me pagava todas as vendas me pagava com cheques dele. A Polícia Federal tem essa lista de cheques — diz Laéssio. — A soma dos cheques, entre 2003 e 2007, dá quase um milhão. A quantia é muito mais pelo volume de coisas que roubei do que pelo valor das obras, porque senão eu teria ganhado muito mais. Eu me senti usado pelo Dr. Ruy. Porque eu sabia roubar, mas era ele que tinha expertise em obras raras, era ele quem dava o preço. Eu era um mero ladrão em processo de especialização e aperfeiçoamento. Se eu era o maior ladrão de livros raros do Brasil, ele deveria ser o maior interceptador de livros raros do Brasil, afinal 80% do que roubei foram para ele”.- revela Laéssio ao Jornal O Globo.

O colecionador, claro, nega as acusações e diz que tem documentos que comprovam que suas aquisições foram feitas da loja Maggs Bros, em Londres.

A outra motivação é de que sua história, que já virou documentário, vire um filme de ficção, com direção de Mauro Lima (“Meu nome não é Johnny”) e por isso quer divulgar o máximo possível.
— Perguntaram quem eu gostaria que fizesse meu papel, eu escolhi Matheus Nachtergaele pra fase mais velha. Pra juventude, disse que podia ser o Daniel Oliveira ou o Caio Blat.- finaliza.

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