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Letalidade em cadeia

Pandemia da Covid-19 aumentou em 20% média de mortes nas penitenciárias do Estado do Rio de Janeiro

Fiocruz revela que doenças infectocontagiosas curáveis seguem como principal causa mortis de detentos no Rio


Superlotação, falta de higiene, alta umidade e baixa ventilação contribuem para rápida disseminação de doenças infectocontagiosas, como tuberculose e Covid-19 nas prisões. Foto: Agência Brasil

O impacto da Covid-19 representou um acréscimo de 20% nos óbitos nas prisões, sendo esta ainda hoje uma das principais causas da morte de presos mesmo após a vacinação. O dado é um dos principais resultados da pesquisa da ENSP/FIOCRUZ em cooperação técnica com o MPRJ sobre as condições de saúde nas penitenciárias fluminenses. O Instituto de Educação Roberto Bernardes Barroso (IERBB/MPRJ), realizou na quinta feira (11/08), o evento "Mortalidade nas prisões do Estado do RJ em tempos de COVID-19", com a palestrante Alexandra Sanchez, pesquisadora da FIOCRUZ.

A palestra contou com a apresentação da pesquisa que coletou dados de 2020 a 2022 sobre a mortalidade dentro do sistema carcerário. "Foi uma pesquisa grande, na qual precisamos construir todo um banco de dados, o que requereu um trabalho quase artesanal", destacou Alexandra. A pesquisadora relatou as principais dificuldades na obtenção de dados devido à alteração das responsabilidades para a declaração do óbito de pessoas privadas de liberdade durante a pandemia, ao lado da ausência de marcadores nas Declarações de Óbito que permitam identificar que se tratava de pessoa custodiada pelo estado.

Alexandra Sanchez alertou ainda para o fato de que as doenças infectocontagiosas curáveis seguem figurando entre as principais causas das mortes dentro das prisões. De um lado, o fenômeno aponta para a existência de deficiências no atendimento à saúde nos seus diversos níveis de atenção. O lado bom é a possibilidade de diminuição sensível do quadro de mortes a partir da adoção de processos e rotinas básicas do atendimento em saúde pelo SUS.


Ao final, o evento ainda contou com uma roda de debates para a discussão do tema, com mediação do promotor de Justiça Tiago Joffily, que também participou como debatedor. A palestra foi realizada em parceria com CDHM, COGEPDPH, 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital, ENSP, e a FIOCRUZ.



Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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