O Ministério Público Estadual de São Paulo informou, nesta segunda-feira (10), ter descoberto um plano da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar o promotor Lincoln Gakiya, responsável por denunciar criminalmente mais de 300 membros do PCC nos últimos cinco anos.
O procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, criou uma força-tarefa composta por cinco promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para apurar a autoria das ameaças. Smanio manifestou apoio irrestrito ao promotor e disse que o MPSP continuará atuando, na forma da lei. Segundo ele, ameaças aos promotores são rotineiras.
Cartas apreendidas com mulheres que deixavam a penitenciária de Presidente Venceslau, no último final de semana, traziam detalhes do plano, que tinha como alvo também um coordenador da Secretaria de Administração Penitenciária paulista.
O MP divulgou a seguinte nota à imprensa:
"A Procuradoria-Geral de Justiça, em nome de 2.000 promotores e procuradores de Justiça que atuam diuturnamente em defesa da ordem jurídica em nosso Estado, vem a público manifestar o seu mais irrestrito apoio ao colega Lincoln Gakiya, ameaçado por uma facção criminosa em virtude do cumprimento diligente de suas atribuições.
Habituados a um mundo em que imperam a violência e a intimidação, esses criminosos desconhecem que tal comportamento não afastará o valoroso promotor e a nossa instituição de uma atuação pautada por um único objetivo: o cumprimento da lei. Lei que, aliás, pode e deve ser mais dura contra aqueles que lideram organizações criminosas.
O povo paulista pode estar certo de que, em defesa da sociedade, o Ministério Público de São Paulo continuará trabalhando de forma destemida".