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Batistas Por Princípios negam apoio a atos pelo fechamento do SFT e do Congresso no Sete de Setembro

Evangélicos criticam Bolsonaro por condução da economia, fracasso educacional e erros no combate à pandemia

Por Portal Eu, Rio! em 05/09/2022 às 11:43:41

Batistas por Princípios defendem a separação Igreja-Estado e por isso, na contramão de muitos pastores, são contra a participação nos atos pelo fechamento do STF e do Congresso. Foto: Reprodução Faceb

O grupo 'Batistas Por Princípios', de uma das igrejas mais tradicionais do protestantismo no Brasil, divulgou uma nota sobre as manifestações de 7 de setembro. A convocação às igrejas evangélicas, reforçada por políticos governistas, entra em conflito com princípios da verdadeira democracia e com a separação entre a Igreja e o Estado, pilar do protestantismo. Em nota oficial, o movimento alerta que as manifestações do dia 7 têm caráter contraditório: invocam a liberdade de expressão, mas pregam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, atacando o equilíbrio entre poderes previsto na Constituição. Eis a íntegra do documento, que circula nas redes sociais:

Nota desconvite ao 07/09

Igreja Batista - Batistas por Princípios


Diante da convocação feita às igrejas evangélicas, por diversas lideranças, para saírem às ruas em apoio às manifestações do próximo dia 7 de setembro, fazemos as seguintes considerações:

1. Defendemos e propagamos a liberdade de expressão e opinião, garantidas pela Constituição Brasileira, na convicção de que nenhum cidadão do nosso país está acima das normas constitucionais;

2. Estranhamos o lamentável fato de que pastores, embora ensinem em suas igrejas uma eclesiologia democrático-congregacional, expressem sua solidariedade a uma manifestação de claro apoio a iniciativas autoritárias e pouco democráticas do atual Presidente da República;

3. Denunciamos, com perplexidade, o evidente caráter contraditório da manifestação, uma vez que — em nome da defesa da liberdade — faz a apologia inconstitucional do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal;

4. Expomos nossa desconfiança em relação a um movimento que pretende dar salvo-conduto a um presidente que, juntamente com seus filhos, ainda deve explicações a sérios e graves indícios de corrupção e uso indevido de verbas de gabinete constituídas por dinheiro público — indícios que estão sendo investigados e, por si, revelam situações que parecem desmontar discursos hipócritas contra a corrupção;

5. Discordamos de todo e qualquer apoio acrítico ao atual governo — bem como à voluntária submissão ao papel de massa de manobra que se tem visto em vários setores da sociedade, em especial no ambiente evangélico — tendo em vista:

a) o fracasso na condução da crise de saúde no país como resultado da pandemia do Coronavírus;

b) o fracasso da política econômica, que se confirma pelo aumento do desemprego, da fome e da miséria, bem como de outras diversas maneiras, inclusive no crescente abandono do país por multinacionais muito conhecidas e aqui presentes há várias décadas;

c) o fracasso no controle inflacionário, resultando no absurdo e crescente aumento de preços, cujos mais notórios são dos alimentos, gás de cozinha e combustíveis, situação que deixa ainda mais vulneráveis aqueles que, de alguma forma, já se encontram prejudicados pela pandemia;

d) o fracasso no prometido combate à política predatória do chamado Centrão, cujo maior representante está hoje assentado num dos gabinetes do Palácio do Planalto, na qualidade de Ministro da Casa Civil;

e) o fracasso na estabilização política;

f) o fracasso nas políticas educacionais;

g) o fracasso no plano de prevenção à crise hídrica e de energia elétrica que, depois de claros sinais, agora se avizinha.

6. Afirmamos com ênfase que a convocação para tal manifestação pública, embora exiba como fachada a defesa da liberdade e da democracia, na verdade se revela como astuta tentativa do atual governo de provocar rupturas institucionais e criar ambiente favorável a instalação de um governo autoritário e personalista.

Sendo assim, conclamamos aos irmãos e irmãs, especialmente aos batistas que sempre defenderam princípios de verdadeira democracia e separação entre Igreja e Estado, a não comparecerem às ruas na próxima terça-feira, dia 7 de setembro, aproveitando melhor o seu tempo com outras atividades mais recompensadoras e que, ao fim e ao cabo, demonstrem o autêntico respeito que temos pelo Dia da Independência.

MOVIMENTO BATISTAS POR PRINCÍPIOS

03/09/2021."

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