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Mauro Silva: "O México é uma Seleção que sempre incomoda o Brasil".

Campeão em 94 elogiou Casemiro e afirmou que Neymar ainda está devendo na Copa

Por Gustavo Cunha em 29/06/2018 às 18:54:59

(FOTO: Ariel Ramirez / CONMEBOL)

A Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano, tem feito uma série de entrevistas com ex-jogadores do continente em sua sede em Moscou, na Rússia. O convidado desta sexta-feira foi o ex-volante Mauro Silva, tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos.

O ex-volante ressaltou que os sul-americanos precisam manter seu estilo de jogo, não tentar copiar os europeus, mas sim acrescentar determinadas características que possam ajudar na evolução das equipes.

"Não podemos querer ser Europa, nós somos América do Sul. Temos que manter as nossas características, mas se há outras escolas que possam nos melhorar, por que não incorporar essas qualidades? É uma comparação que faço como o Bruce Lee, que estudava todas as outras artes marciais para completar a sua e desenvolveu a sua assim."

Mauro rasgou elogios ao compatriota Casemiro, a quem considera um dos melhores volante da atualidade.

"Gosto muito do Casemiro. É necessário que o atleta dessa posição seja consciente do seu papel. É alguém que não chama tanto a atenção, mas é fundamental para a equipe. Tem que ler bem o jogo, ter um bom passe, errar pouco, principalmente os passes. Pelo o que o Casemiro está fazendo no Real Madrid, é um dos melhores da posição."

O ex-jogador afirmou que a grande estrela do Brasil, Neymar, ainda está devendo nesta Copa, mas que com sua qualidade técnica, tem condições de melhorar.

"Neymar passou pelas contusões e havia uma expectativa sobre como ele estaria. Ele marcou na primeira fase, o que foi muito importante. Mas pode fazer mais e ajudar muito mais o Brasil. A primeira fase é isso, muita ansiedade, mas ainda pode fazer muito mais pelo Brasil por suas condições técnicas."

Apesar de ter se classificado como líder do Grupo E, a Seleção Brasileira vem sendo alvo de muitas críticas pelo futebol demonstrado. Mauro lembrou que em 1994 também era assim e disse que o jogador precisa saber lidar com as cobranças. 

"A torcida e a imprensa brasileira, por causa dos cinco títulos, colocam uma pressão enorme nas seleções. Mas isso faz parte do nosso povo. Não esperamos o fim de uma competição para fazer uma análise. Fazemos conclusões por treino e por jogo. O atleta brasileiro tem que estar acostumado com isso. Em 1994 também era assim, até por causa do tabu. Tem que tentar ficar tranquilo. Essa pressão existe, mas o jogador precisa saber conviver com a cobrança pelo resultado e por desempenho."

Por fim, Mauro Silva analisou o confronto entre Brasil e México, válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Para o ex-camisa 5 da Seleção Brasileira, a equipe comandada por Tite tem que ir a campo muito concentrada e comprometida, pois o jogo será duríssimo.

"Partida muito dura, muito difícil. O México sempre é uma seleção muito incômoda para o Brasil, por mais que os números sejam muito favoráveis ao Brasil em um Mundial. Isso, quando se entra em campo, não significa muito para mim. As estatísticas estão aí para serem quebradas, mudadas. Me parece uma partida muito dura, como estamos vendo em qualquer partida deste Mundial, com muito equilíbrio. O México começou muito bem a competição. Me surpreendeu a derrota para a Suécia. Estou seguro que o Brasil vai a campo consciente que o México não vai facilitar nada e que tem que estar muito concentrado e comprometido. Eu creio que no Brasil, em nenhuma parte, acreditem que possa ser uma partida fácil. Não é porque os números são favoráveis, que eu iria a campo tranquilo. Às vezes, em campo, pode acontecer outra coisa, mas a princípio, para mim, será uma partida duríssima para o Brasil. O México tem uma característica muito incômoda, que é agressivo, um futebol difícil de se jogar contra."

Mauro Silva iniciou a carreira no Guarani (88-89), se destacou no Bragantino (90-92), e brilhou com a camisa do La Coruña (92/93-2004/05), da Espanha, clube em que encerrou a carreira. Pela Seleção Brasileira, o ex-volante conquistou a Copa do Mundo de 1994 e a Copa América de 1997.


(FOTO: Arquivo / CBF)

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