A osteoporose, doença metabólica definida pela rápida perda de massa óssea, já afeta mais de 10 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde, índice maior que infartos e AVCs. A cada 3 segundos, uma pessoa sofre uma fratura causada pela doença, e as mulheres são as que mais sofrem com o problema. Enquanto 20% dos homens com mais de 50 anos apresentarão uma fratura por osteoporose na vida, entre elas esse índice sobe para 50% e o risco de fratura no quadril é quatro vezes maior. As fraturas são o desfecho mais grave da doença, que pode ser prevenida ou minimizada com suplementação, dieta balanceada e exercícios físicos.
“O gargalo entre prevenção e tratamento é a falta de informação”, afirma a geriatra e ortomolecular Márcia Umbelino. “A grande maioria das mulheres não conversa com seu médico sobre saúde óssea porque não considera isso algo preocupante. Mas a doença já atinge mais de 200 milhões delas no mundo”, destaca a médica, citando dados da Organização Mundial da Saúde.
A médica explica que a doença atinge mais mulheres na menopausa, por conta da queda na produção de estrogênio - hormônio que ajuda a equilibrar a saúde dos ossos em pessoas do sexo feminino. “A queda do hormônio pode levar a perda de massa óssea. Mas outros fatores influenciam a predisposição para a doença como: história familiar de osteoporose, deficiência de vitamina D, desequilíbrio do hormônio que regula a absorção de cálcio pelo intestino e sua excreção nos rins, sedentarismo, consumo de cigarro e bebida alcóolica também contribuem para a perda progressiva da massa óssea”, lista Umbelino
De acordo com a nutricionista Carolina Trigo, do Espaço Emporium da Beleza Centro Metropolitano, alimentos ricos em cálcio, magnésio e vitamina D devem ser inseridos na alimentação para prevenir a doença. “Ovo, leite, espinafre, rúcula, oleaginosas como castanhas, são alguns exemplos de alimentos ricos em cálcio. Excesso de cafeína e consumo exagerado de proteína devem ser evitados”, ensina.
“Além da alimentação, tomar sol é ainda é uma das melhores formas de absorver vitamina D, mas alguns casos, é necessário suplementar vitaminas e cálcio, regular a produção hormonal, seja por via oral ou injetável”, completa a ortomolecular e geriatra Márcia Umbelino.
Aumento de fraturas por osteoporose pode sobrecarregar o SUS
Especialistas concordam que há um senso de urgência em falar sobre a osteoporose. “Elas são a principal causa de fraturas de fêmur na terceira idade, por exemplo, e elas têm efeitos devastadores. Cerca de 25% dos pacientes que sofrem uma fratura de fêmur morre no primeiro ano pós-fratura. Aqueles que não morrem têm uma perda definitiva da independência, gerando um ônus econômico e social enorme”, destaca o ortopedista André Perin.
O médico acrescenta que a doença costuma ser silenciosa e, geralmente, só percebida após uma fratura por trauma mínimo. “Com o aumento da população idosa, sem as devidas campanhas de conscientização e prevenção à osteoporose, pode-se esperar um aumento na incidência de fraturas ósseas e, consequentemente, no número de internações, o que pode levar a uma sobrecarga no Sistema Único de Saúde. A osteoporose não tem cura, mas pode ser tratada e até mesmo prevenida com medidas simples”, comenta Perin.
Os especialistas indicam que é preciso estar atento aos sintomas. Os mais comuns são: diminuição da altura corporal, sensação de formigamento nas pernas ou dor no quadril, fragilidade óssea, diminuição da força de preensão e dor no pescoço. “A partir dos 45, 50 anos, é importante manter uma rotina de exames de sangue e imagem - como densitometria óssea - e acompanhamento clínico com um médico ortopedista”, indica Perin.