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MP apura denúncia de racismo da procuradora de Mesquita contra Benedita da Silva

Em um áudio, ela sugeriu jogarem bananas na petista, pois ela gosta muito da fruta.

Por Anderson Madeira em 27/10/2022 às 22:21:45

Foto: Divulgação

O Ministério Público do Estado, através da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal territorial do Núcleo Nova Iguaçu, apura denúncia de racismo envolvendo a procuradora geral da Prefeitura de Mesquita, Cláudia da Silva Deveza Dantas. O inquérito, aberto em maio, corre em segredo de justiça. Em um aúdio do aplicativo Whatsapp, a procuradora teria cometido um crime de racismo con

O áudio foi publicado em um grupo no Whatsapp denominado “bancada da bala”, durante as eleições municipais de 2018, quando Benedita foi candidata a prefeita do Rio de Janeiro. No grupo, os integrantes relatam um episódio de agressão verbal à petista. Uma pessoa comemora ter xingado e feito gestos obscenos para a caravana da então candidata no Rio de Janeiro. Outra pessoa disse que gostaria de ter jogado tomates e não o fez porque o preço estava caro. Então, Cláudia, em um áudio, sugeriu jogarem bananas na petista, pois ela gosta muito da fruta.

“Gente, fui no sacolão e Benedita passou na carreata. O povo chamou de vaca para baixo. Muita vaia, dedo do meio. Que pessoal educado. Kkkkk. Eu queria jogar os tomates, mas, está 9 kg kkkkkkk”, disse um internauta.

“Pois é. Joga banana. Não, nenhuma conotação preconceituosa, não. Mas, é o que eu sei que ela gosta. Já contei história que um buffet que o Paulo fez no gabinete do Albert, e ela entrou, pegou as bananas e não saiu mais. Cheia de coisas gostosas, coquetéizinhos, patêzinhos (...), mas, ela só pegava as bananas. Era uma coisa de louco. Cada bananão que você não tem noção. Essa eu tenho certeza que ela ia gostar”, sugeriu a procuradora no áudio.

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) – Núcleo Mesquita denunciou o fato ao MP, após ter recebido anonimamente o print da conversa e o áudio. O Sepe ainda compartilhou o print e o áudio no Facebook em 4 de julho passado. Ainda enviou a denúncia à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“O Sepe Mesquita repudia veementemente o conteúdo do grupo 'bancada da bala' e o áudio da procuradora Claudia Dantas. Reitera o total apoio e respeito à deputada federal Benedita da Silva. Considera ainda que a conduta da procuradora no caso aqui descrito é um estímulo à violência política de gênero e ao racismo”, pronuncia o Sindicato em postagem da rede social.

Na ocasião, o gabinete de Benedita informou que teve conhecimento da denúncia e a equipe jurídica estava analisando o caso para identificar as medidas cabíveis a serem adotadas. Procurada pela reportagem, preferiu se manifestar somente após o segundo turno da eleição presidencial.

A Prefeitura de Mesquita informou em nota que, “no áudio publicado pelo núcleo de Mesquita do Sepe, buscando atacar a procuradora-geral do município, a própria Dra. Claudia Dantas se antecipa e menciona que não há ‘nenhuma conotação preconceituosa”.

“Além disso, em sua página na rede social Facebook, o Sepe de Mesquita afirma que ‘encaminhou todo o material de denúncia para autoridades competentes’, fato não notificado à Dra. Cláudia até hoje”, conclui a nota a Prefeitura. Também procurada, Cláudia não se manifestou até o momento.

A OAB informou que encaminhou a denúncia à OAB-Mulher. Um procedimento foi aberto e está em andamento. Além disso, a OAB Mulher encaminhou o processo com todas as denúncias recebidas para corregedoria da OAB que tomará as providências cabíveis.

Cláudia é servidora com matrícula ativa na Secretaria de Estado de Saúde, mas ocupa um cargo de confiança na gestão do prefeito Jorge Miranda (PL). No momento, ela é procuradora Geral do Município. Ela já foi denunciada pelo MP por crime de associação em quadrilha por sucessivos peculatos, tem também no seu currículo ocorrências registradas por desacato e por praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. Recentemente, voltou a ser alvo do MP, pois foi flagrada usando carro e motorista pagos pela Prefeitura de Mesquita para fins privados.





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