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Fumaça: uma alegria no meio da tragédia

O mascote dos funcionários é um alento para continuar os trabalhos

Por Caroline Carvalho em 27/12/2018 às 14:37:38

Foto: Divulgação/Marcos Gusmão

No meio do choro, da tragédia, veio uma alegria. Não se sabe de onde, mas logo após o incêndio que destruiu o Museu Nacional, em setembro, um vira-lata apareceu perto dos escombros e ali ficou. Muito sujo e desnutrido, Fumaça, como foi apelidado, virou sinônimo de esperança. Os funcionários do Museu se solidarizaram com o cachorro e lhe deram comida, água, medicamentos e o melhor de tudo, amor.

"(Ele apareceu) muito mal, muito magro, muita pulga. Estava muito sofrido. Passou dois, três dias ele não foi embora, comecei a alimentar", relata uma funcionária.

O cão, com idade estimada em 2,3 anos, não foi batizado como Fumaça por conta do incêndio, mas sim por causa da sua pelagem, que ficara grisalha por falta de vitaminas. E não verá o final do trabalho de resgate, pois a professora de Paleobotânica Luciana Witoviski, funcionária do Museu, vai levá-lo para sua casa.

"Eu amo esse cachorro. Ele estava muito debilitado porque estava com fome. A gente começou a dar comida porque ele não ia embora. Ele melhorou. Outras professoras e técnicos começaram a se afeiçoar ao Fumaça e ajudar também. Acabamos percebendo que foi bom porque ele espanta os gatos. É bom que ele fique por ali. Ele late para pessoas estranhas. Já conhece quem trabalha, então controla a entrada e saída. Ele não vai poder ficar após encerrarmos o trabalho do resgate. Moro em apartamento hoje e vou me mudar para uma casa com quintal. Se ele for ficando na área de resgate (onde hoje acontece o trabalho no Museu Nacional) eu vou levá-lo comigo. Sou capaz de correr com a mudança para adotar o Fumaça", acrescenta Witovisk, que mora em Petrópolis e tem três gatos.

O cãozinho já foi vacinado e, em breve será castrado. Para todos que estão empenhados em reerguer o Museu, Fumaça é um estímulo para não perder a fé.

"Ele veio muito magrinho, muito esfomeado. Na primeira semana colocamos remédio para pulga. Ele chorava quando se coçava de tanta pulga que tinha. A Luciana Witokviski trouxe uma coleirinha. A gente tem alimentado, tratado. Ele acabou virando o cachorro do resgate. A gente chega de manhã e ele já está esperando a gente. Dorme na nossa sala, onde usamos para comer, porque é mais fresquinha. Ele gosta também de ficar correndo atrás da gente roubando luva, sapato. Mas é divertido. Começa uma brincadeira. Isso tudo traz alegria nesse momento. Parece algo meio mágico. Para quem acreditam é algo meio espiritual. Um serzinho especial para trazer alegria" afirma acrescenta Luciana Barbosa de Carvalho, 46 anos, pesquisadora em Paleontologia do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional.

José Carlos dos Santos, segurança do Museu, também é outro apaixonado pelo mascotinho.

"Sou apaixonado por esse cachorro. Todo mundo tem muito carinho. Ele virou o mascote realmente por aqui. O engraçado é que a Quinta da Boa Vista tem muito cachorro, mas só ele ficou realmente por aqui. Ele corre muito na Quinta, mas sempre volta. E é muito agarrado com a Luciana Witoviski. Ela tem dificuldade de ir embora de tanto que gosta e vai em cima dela."- finaliza José Carlos.

 



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