Morreu nesta terça-feira (22), como um dos maiores nomes da música nacional, o cantor Erasmo Carlos. Aos 81 anos idade, o cantor e compositor também conhecido como "Tremendão" foi vítima de complicações. O Hospital Barra Dor, onde o cantor estava internado, informou que ele estava com um quadro de paniculite complicada por sepse de origem cutânea. Erasmo Carlos comemorou a conquista do Grammy Latino em seu último post nas redes sociais antes de morrer nesta terça-feira (22/11). A publicação foi em 18 de novembro. Na ocasião, o músico foi premiado pelo álbum O futuro pertence à... Jovem Guarda na categoria de Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa.
O artista tratou recentemente um quadro de síndrome edemigênica - quando há um desequilíbrio das forças bioquímicas que mantém os líquidos dentro dos vasos sanguíneos. Em outubro, o músico foi internado, recebeu alta, mas voltou ao hospital na noite da última segunda-feira (21).
Nascido no Rio de Janeiro, em 5 de junho de 1941, Erasmo deixa um legado de mais de cinco décadas de carreira. Um dos pioneiros do rock brasileiro, ele foi o maior parceiro musical de Roberto Carlos com diversas composições e produções em conjunto, como os clássicos "Minha Fama de Mau", de 1965, "É Preciso Saber Viver", de 1968, "É Proibido Fumar", de 1972, e "Sentado à Beira do Caminho", de 1980.
Inspirado principalmente por Elvis Presley, o cantor chegou a integrar a banda Renato e Seus Blue Caps na década de 1960 com versões brasileiras de músicas internacionais. Anos depois, elencou o trio formado por ele, Roberto Carlos e Wanderleia no icônico programa "Jovem Guarda".
Wanderleia, Erasmo e Roberto Carlos nos tempos da "Jovem Guarda". Foto: Divulgação
O projeto da Record TV encabeçou o movimento cultural a partir de 1965, marcado pela ascensão do rock e influências de grupos gringos como os Beatles. Essa irreverência ditou a música, o comportamento e a moda de gerações fascinadas pelos três cantores e apresentadores.
Com mais de 600 músicas gravadas em mais de 30 discos, Erasmo fica eternizado na voz de grandes sucessos como "Filho Único", "Mulher (Sexo Frágil)", "Gatinha Manhosa", "Festa de Arromba" e "Vem Quente Que Eu Estou Fervendo", que marcaram os longos anos de sua trajetória musical.
Em 2019, o artista ganhou uma cinebiografia estrelada apor Chay Suede com a história de seus primeiros passos na estrada musical até virar um dos maiores símbolos do rock nacional. "Pô, bicho. Você me fotografou muito bonzinho. Eu era um pouco mais mauzinho", brincou Erasmo Carlos, como contou o diretor Lui Farias ao "UOL", quando viu o filme pela primeira vez.
Seu último álbum foi lançado no início de 2022, intitulado "O Futuro Pertence À...Jovem Guarda". O disco fechou sua carreira com chave de ouro ao trazer releituras de hits de artistas da Jovem Guarda.
A família do músico, juntamente com sua equipe e banda, soltou uma nota sobre o ocorrido:
"No dia do músico, nosso amado Erasmo Esteves, o Erasmo Carlos, o Gigante Gentil, o Tremendão, o Pai do Rock Nacional, se despediu.
Erasmo criou, amou, acompanhou a cada um de nós nos momentos importantes das nossas vidas.
E além de todas as maravilhas que compôs e cantou durante décadas, ele nos deixou recados: o futuro pertence à jovem guarda. E que é preciso saber viver!
Vamos continuar cuidando das novas gerações, por nós e por ele.
O velório será fechado à família e amigos íntimos.
Quem quiser homenageá-lo, escute suas músicas, suas mensagens. Nada o faria mais feliz e amado!"