Kim Jong Un chocou o mundo em 2018 ao transformar sua imagem de tirano com armas nucleares em estadista global.Então, o que ele tem na manga para 2019?
Os analistas acreditam que as principais pistas surgirão durante seu discurso do Ano Novo. Estes estarão atentos a qualquer menção a uma segunda cúpula com o presidente dos EUA, Donald Trump, ou qualquer outra coisa relacionada ao programa de armas nucleares de Pyongyang. Kim também poderia revelar decisões importantes sobre política econômica e relações entre coreanos.
Em um sinal de seu novo impulso diplomático, Kim enviou uma carta ao presidente sul-coreano Moon Jae-in no domingo. Nele,disse que lamenta não poder visitado Seul em 2018, mas expressou uma forte vontade de viajar para a capital sul-coreana no futuro.
Poucos esperam que Kim balance o barco dramaticamente no discurso de terça-feira (01). Muitos acreditam que o jovem líder possui algumas das melhores cartas de todos os jogadores geopolíticos com participação no futuro da península coreana. A maioria não espera que Kim arrisque sua posição em um discurso amplamente destinado a um público doméstico.
"Ele tem os Estados Unidos e a Coréia do Sul onde queria, bem agora.", disse Evans Revere, ex-secretário de Estado adjunto para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico e atual diretor sênior do Grupo Albright Stonebridge.
As realizações diplomáticas da Coréia do Norte em 2018 seriam impensáveis ??um ano antes. Na preparação para o discurso de Kim em 2018, Pyongyang testou seu mais avançado míssil de longo alcance, e sua mais poderosa bomba nuclear, depois de meses de testes similares de armas e atividades militares conjuntas entre a Coréia do Norte e os EUA.
Poucos teriam previsto que no ano seguinte, Kim encontraria Moon três vezes, deixaria seu país pela primeira vez desde que assumiu o poder em 2011, e se tornaria o primeiro líder norte-coreano a sentar-se frente a frente com um presidente dos Estados Unidos.
Essa mudança dramática começou com o discurso do ano novo de 2018. O líder nortecoreano falou calorosamente da importância das relações intercoreanas e desejou felicidades aos seus compatriotas sul-coreanos, que sediaram as Olimpíadas de Inverno de Pyeongchang. Moon iria aproveitar o ramo de oliveira de Kim como uma oportunidade para alavancar as relações entre as fronteiras.
No entanto, é pouco provável que no discurso de terça-feira, Kim Jong Un fale abertamente sobre seus planos de forma detalhada. Como tudo na Coréia do Norte, o diabo mora nos detalhes. Uma abertura econômica no país mais fechado do mundo é uma utopia, mas há a esperança de idéias mais progressistas para os padrões nortecoreanos.