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Sanção de Lula a uma pioneira

Primeira negra eleita para um parlamento no Brasil, Antonieta de Barros entra no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Filha de escrava liberta, deputada definiu 15 de outubro como Dia do Professor em Santa Catarina, primeiro estado a celebrar a data


Deputada estadual em Santa Catarina nas décadas de 1930 e 1940, Antonieta de Barros passou a integrar o Panteão da Pátria. Foto: UFMG

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira (5) a inclusão do nome de Antonieta de Barros no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Antonieta de Barros (1901-1952) foi deputada estadual em Santa Catarina nas décadas de 1930 e 1940. Foi a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil, estando entre as três primeiras mulheres eleitas na história do país.

Filha de escrava liberta, Antonieta foi pioneira no combate à discriminação dos negros e das mulheres, sendo conhecida também por suas contribuições como jornalista e professora. Foi autora do projeto que definiu o dia 15 de outubro como o Dia do Professor em Santa Catarina, data que só foi oficializada no calendário nacional em 1963.

O relator do projeto de lei para a inclusão de Antonieta de Barros no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria (PL 4940/2020), quando a proposta foi analisada no Senado, em dezembro, foi o senador Flávio Arns (Podemos-PR).

— Sua atuação política foi marcada predominantemente pela defesa do magistério, atividade da qual nunca se afastou, com propostas que visavam garantir concursos públicos para os cargos de professor, reduzir a influência política na escolha de diretores escolares e ampliar o acesso ao ensino superior para alunos carentes por meio da oferta de bolsas de estudos — afirmou Arns durante a análise do projeto na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE).

O senador Esperidião Amin (PP-SC) ressaltou que Antonieta também foi cronista, tendo escrito mais de mil artigos em oito veículos de comunicação. Ele destacou o pioneirismo de Antonieta ao escrever já naquela época sobre educação, desmandos políticos e condição feminina.

— Ela foi política. Foi a primeira deputada negra. Portanto, tinha partido. E escrevia críticas políticas também, além de literatura e jornalismo. O Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina publicou um belo exemplar: Antonieta de Barros - Crônicas Selecionadas. E nessas crônicas há críticas, sim, a governos locais, e por fatos objetivos. Ou seja: ela tinha militância, tinha lado — declarou Amin.



Agência Senado

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