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Chefão do Turano ligou para PM para oferecer propina

Objetivo era para os policiais não coibirem o tráfico na favela.

Por Mario Hugo Monken em 12/01/2019 às 13:04:33

Luís Felisberto da Silva Júnior, conhecido como JN ou Juninho, traficante apontado como o chefe do Morro do Turano, no Rio Comprido. Foto: Reprodução

Preso desde janeiro do ano passado, o traficante apontado como o chefe do Morro do Turano, no Rio Comprido, na Zona Norte do Rio, Luís Felisberto da Silva Júnior, conhecido como JN ou Juninho, tomou uma atitude ousada: ele entregou um telefone celular para um comparsa e pediu para que este passasse o aparelho a um policial militar para quem ligou e ofereceu propina para que não atrapalhasse a venda de drogas na favela.

Por causa do episódio, JN acabou condenado, em setembro de 2018, a nove anos de prisão pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e corrupção ativa.

Segundo os autos, a tentativa de extorsão ocorreu em agosto de 2015, na sede da UPP, localizada na Rua Haroldo Teixeira Valladão.

Na ocasião, um comparsa de JN, identificado como Carlos Nilo Rodrigues, chegou à UPP e entregou a um dos PMs um telefone celular dizendo que o aparelho seria utilizado para receber uma ligação de Luís Felisberto, chamado de o "dono do morro".

Horas depois, o policial atendeu o chamado e do outro lado da linha estava JN, que disse que era o 01 do morro e que queria verificar a possibilidade de entregar certa quantia em dinheiro para que os PMs não realizassem o trabalho de coibir o tráfico de drogas.

No mesmo dia, JN ligou de novo para o mesmo agente e ofereceu R$ 2.000,00, que seria entregue por meio de seu emissário, enfatizando que a referida quantia era para começar o "acerto" com os policiais, que estariam atrapalhando o comércio de entorpecentes no Turano.

Assim que o dinheiro foi entregue aos agentes, os PMs deram voz de prisão a Carlos Nilo, que foi levado para a delegacia.

Na unidade policial, os PMs relataram que Carlos Nilo era visto rondando a base da UPP, monitorando o posicionamento dos agentes com a finalidade de passar informações para a organização criminosa que dominava o tráfico na região.

Luís Felisberto foi preso no dia 4 de janeiro de 2018, saindo da Favela do Jacarezinho, na Zona Norte. Na ocasião, no carro que estava, foram encontrados 11,8g de maconha. Um suspeito de ser seu motorista também foi preso. Por esse flagrante, pegou mais oito anos de prisão.

Da outra vez que foi preso, em 2014, JN chegou a oferecer uma motocicleta aos policiais para não ir para a cadeia.

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