Polícia prende quadrilha que expulsava e torturava moradores de comunidades em Niterói
Ações eram orquestradas de dentro do presídio
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
A investigação da Polícia Civil que resultou na Operação Escotilha desencadeada nesta quarta-feira (16) em comunidades de Niterói revelou que moradores das comunidades do Preventório, Peixe Galo, Lazareto e Cascarejo e até mesmo pescadores que atuam na região eram torturados e expulsos por traficantes de drogas de suas casas.
Segundo a investigação, o líder do tráfico nestas localidades, Leonardo Caldas de Araújo, o Léo Traça, atualmente preso, comandava a quadrilha de dentro da cadeia por meio de vídeo conferências e repassava as ordens para serem executadas pelo comparsa identificado como Mata Rindo.
Como já se não bastasse isso, Léo Traça determinou que taxas fossem cobradas para a prestação de serviços nas comunidades sendo que alguns deles, como Internet e venda de gás, chegaram a ser suspensos por ordem do tráfico.
Uma das vítimas da crueldade dos traficantes, um morador apanhou por ter chamado o traficante Léo Traça de corno. Até mesmo um policial militar teve que deixar sua residência só com a roupa do corpo.
Ao todo, dez suspeitos de integrar a quadrilha foram presos. Outra dez já estavam encarceradas. Os policiais chegaram a encontrar resistência por parte do tráfico no Preventório e houve troca de tiros.
A ação foi comandada pela 79ª DP (Jurujuba) e teve o apoio das distritais do município e também de delegacias de São Gonçalo e Maricá, além da Diretoria Geral de Polícia do Interior (DGPI), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Setor de Inteligência do Exército.