A música é mestra em unir pessoas e talentos. Grandes amizades surgem por meio da música. Assim foi com a cantora Ilessi e o violonista Vicente Paschoal, um encantamento à primeira vista, ou melhor, “à primeira escuta”. Ela, compositora e intérprete, dona de uma voz primorosa. Ele, compositor e experiente violonista. Unidos por inúmeras afinidades e pelo mesmo pensamento musical, lançaram recentemente o álbum “Rendição”, que resulta no show inédito, autoral e homônimo, mais um registro da personalidade e da musicalidade de ambos.
"Rendição" terá sua estreia no Rio de Janeiro, no Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca, nesta sexta-feira (26), às 19 horas, em única apresentação. Inédito e no formato voz e violão, o show preserva os arranjos originais e a ordem de apresentação das canções, como estão no álbum. O eclético e rico repertório passeia por diversos gêneros musicais, como valsa, canção, choro, samba, bossa-nova, baião, MPB e instrumental. As composições de Vicente Paschoal, em parceria com Marcelo Marsillac, Dario Tavares e Emanuel Freitas, unem-se às frescas composições com Ilessi, Ricardo Dias e André Lacerda.
“Rendição”, “Valsa Para Obaluayê”, “Santo Amaro do Maculelê” e “Pedem os Orixás”, entre outras músicas formam um repertório delicado e reflexivo, que dialoga sobre a vida, seus percalços e agouros, suas dádivas e fragilidades, os achismos e as crenças. A cultura e as religiões de matriz africana também são uma vertente, assim como a força de Omolu ou Obaluayê, Orixá da cura, está intrínseca, tanto nas sonoridades quanto na concepção desse show.
“Esse álbum inclui, inclusive, uma música minha com Vicente, que foi também no disco interpretada por Luisa Lacerda. Para mim é um álbum muito importante, meu quinto da carreira, onde apresento um lado mais delicado, mais lírico da minha interpretação e de conceito de disco também, que não estava muito presente em outros trabalhos que gravei. Acho que ele tem muito a passar em relação a essa coisa da rendição no sentido da entrega, que a gente não tem controle sobre, e que a gente precisa entregar, confiando que as coisas vão melhorar. Esse álbum tem muito de um 'encarar', de um enfrentamento em relação à solidão e o melhor sentido que isso possa ter”, discorre Ilessi.
“Esse show nasce com o álbum 'Rendição'. Um 'voz e violão' que aborda uma série de canções que venho compondo, com meus parceiros, desde 1994. O repertório busca refletir tanto os aspectos líricos e poéticos quanto os aspectos rítmicos e dançantes da música brasileira, do cancioneiro brasileiro. Acho que podemos esperar do público uma reação tanto introspectiva quanto catártica”, reflete Vicente .