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Maior olimpíada científica do Brasil abre inscrições

Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica conta com cerca de 10 milhões de participantes em sua história

Por Portal Eu, Rio! em 12/02/2019 às 12:47:11

Canalle fala sobre o OBA (Foto: Divulgação)

Ao observar o céu à noite, você fica curioso sobre como as estrelas se formam, evoluem e morrem? Você se interessa sobre buracos negros, Big Bang e cosmologia? Então, o seu lugar é na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Fique atento, pois a edição desse ano, a vigésima segunda, já está com as inscrições abertas para as escolas.

Realizada em fase única, a olimpíada acontece no dia 17 de maio e é voltada para todos os estudantes dos ensinos fundamental e médio. Escolas públicas e particulares que ainda não participam já podem se cadastrar pelo site www.oba.org.br. O prazo para inscrições de escolas vai até o dia 17 de março. 

Em 22 anos de existência, a OBA já mobilizou cerca de 10 milhões de participantes e distribui anualmente cerca de 50 mil medalhas. A edição de 2018 teve a participação de 776.338 estudantes de 8.456 escolas de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal, além de duas do Japão.     

Dentre milhões de brasileiros que tiveram a trajetória transformada através da OBA está a recém-empossada deputada federal por São Paulo, Tabata Amaral, que, além de medalhista nacional, também conquistou títulos internacionais de astronomia.  Inspirada em Tabata, a jovem Miriam Harumi Koga, 19 anos, de Guarulhos (SP), foi medalhista da olimpíada em 2016, sendo a grande destaque na edição de 2017 da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, conquistando a medalha de ouro, dentre outros prêmios. Tamanho sucesso resultou na sua aprovação para duas universidades nos Estados Unidos, onde hoje reside e trabalha. Além disso tudo, ela ainda idealizou um projeto de apoio à participação feminina na ciência.  

"Aos nove anos, tive a oportunidade de participar pela primeira vez da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e testar meus conhecimentos na área de astronomia de forma desafiadora. A partir de então, passei a estudar astronomia com frequência, sempre participando da OBA e sonhando em representar o Brasil em alguma competição internacional sobre o assunto. Aprender sobre a física do universo me deixa deslumbrada e, com a medalha de ouro na Olimpíada de Astronomia e Astronáutica, muitas oportunidades se abriram", revela Miriam.

A olimpíada é dividida em quatro níveis - os três primeiros são para alunos do ensino fundamental e o quarto para os do ensino médio - e a prova é composta por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas conforme a pontuação obtida por cada nível.

Os melhores classificados na OBA representam o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2020. E os participantes dessa edição ainda vão concorrer a vagas na Jornada Espacial, que acontece em São José dos Campos (SP), onde os participantes recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.

O objetivo da OBA, de acordo com o Dr. João Batista Garcia Canalle, astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador nacional do evento, é levar “a maior quantidade de informações sobre as ciências espaciais para a sala de aula, despertando o interesse nos jovens”.

Os alunos e os professores podem se preparar para a prova através do aplicativo “Simulado OBA”, disponível para celulares, tablets, e computadores, e pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores.

"Queremos promover a disseminação dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa entre professores e alunos, além de mantê-los atualizados", explica o Dr. João Canalle.

MOBFOG 

Organizada pela OBA, a 13ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) também está com inscrições abertas. O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante. 

A MOBFOG é voltada para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. Jovens que concluíram o ensino médio podem participar, desde que representando a instituição na qual se formaram, com a concordância da mesma ou pela Universidade se já nela estiverem. O evento acontece dentro da própria escola e tem quatro níveis.

As inscrições para as instituições que ainda não participaram da OBA e da MOBFOG vão até o dia 17 de março. O cadastro é único para os dois eventos e deve ser feito pelo site www.oba.org.br. Os estudantes do ensino médio que conseguirem lançar seus foguetes acima de 100 metros serão convidados para a Jornada de Foguetes (no máximo uma equipe por escola), evento anual que reúne alunos de todo país na cidade de Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro. Em 2018, a MOBFOG contou com 119.414 alunos. Para essa edição são esperados mais de 125.000 alunos.

Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe. Após o dia 17 de maio (data da prova da OBA), a escola deverá informar os nomes dos participantes e os alcances obtidos por seus foguetes. No final, todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado e os estudantes que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas.

Os alunos do nível 1 (do 1º ao 3º ano do ensino fundamental) lançam foguetes construídos com canudinhos de refrigerantes. Os do nível 2 (do 4º ao 5º ano do fundamental) elaboram foguetes com tubinhos de papel. Já os alunos do nível 3 (do 6º ao 9º ano) constroem foguetes com garrafas PET, mas usam somente água e ar comprimido para lançá-los.

Os alunos do ensino médio ou superior também fazem foguetes de garrafa PET, mas com um elemento mais complexo, pois têm que usar combustível químico, ou seja, vinagre e bicarbonato de sódio. Durante o trabalho, os participantes aprendem, na prática, a famosa Lei da Física da Ação e Reação, de Isaac Newton. Além de desenvolverem os foguetes, os estudantes terão que construir a base de lançamento. 

No site da OBA, no tópico “Downloads”, encontram-se todos os detalhes para a construção dos projetos, além dos vídeos explicativos. Os resultados serão obtidos por meio das distâncias medidas ao longo da horizontal entre a base de lançamento e o local de chegada dos foguetes.

Organização

A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Paulista (UNIP).

Além de ter crescido, a OBA se multiplicou ao longo dos seus 22 anos. Dentro da olimpíada foi criada a Mostra Brasileira de Foguetes, a MOBFOG, que cresce anualmente. Mas não é só isso. Também nasceram as Jornadas Espaciais, as Jornadas de Foguetes, os Acampamentos Espaciais e os Encontros Regionais de Ensino de Astronomia (EREA). Este último, promovido desde 2009, já capacitou mais de 7.000 professores passando por 71 cidades do país, até mesmo na longínqua Oiapoque, no extremo norte do Amapá. Ele é realizado com parcerias locais e principalmente com recursos obtidos junto ao CNPq. Outro projeto promovido pela olimpíada é o OBA de Olho no Céu, que leva astronomia para cerca de 25.000 alunos por ano por meio do seu Planetário Digital.

Quem desejar organizar um EREA em sua região ou receber o Planetário Digital, basta entrar em contato com a secretaria ([email protected]).

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