O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da FT-MA (Força Tarefa Marielle e Anderson) e do GAECO/MPRJ, em conjunto com a Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira (24/07), deflagrou a Operação Élpis, em investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Foram cumpridos, com apoio da CSI/MPRJ, um mandado de prisão preventiva, em face do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, e sete mandados de busca e apreensão.
A operação conjunta é a primeira depois do encontro do Procurador-Geral de Justiça, Luciano Mattos, com o ministro da Justiça, Flávio Dino, durante o qual foi criada uma parceria para trabalhar nas investigações que têm como alvo descobrir os mandantes do duplo homicídio. Promotores e delegados federais envolvidos nas investigações darão entrevista coletiva nesta segunda-feira na Superintendência da Polícia Federal do Rio.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre a prisão do ex-bombeiro envolvido na ocultação de provas e no planejamento do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, em março de 2018.
A Operação Élpis integra a investigação que apura os homicídios da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e da tentativa em face de Fernanda Chaves, assessora de imprensa da vereadora. Foi preso preventivamente o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel. Suel foi condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro tinha sido preso em junho de 2020.
Foram cumpridos, com apoio da CSI/MPRJ, um mandado de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro/RJ e região metropolitana.
A ministra Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle, está em voo neste momento indo pra Colômbia, de acordo com nota divulgada pela assessoria do Ministério da Igualdade Racial. A ministra, mesmo em viagem , já tomou conhecimento da operação. Anielle Franco está indo firmar um acordo de cooperação com a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez.
Ainda segunda a assessoria, em breve , ela vai se pronunciar sobre a operação para prender envolvidos no assassinato da irmã.
De acordo com o MPRJ, Maxwell era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato. As investigações revelaram que no dia 13 de março de 2019, um dia após as prisões dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados como autores dos crimes, Maxwell, junto com Elaine Pereira Figueiredo Lessa, esposa de Ronnie, Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas, presos durante a operação “Submersus”, ajudou a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Ronnie, que estavam armazenados em um apartamento no bairro do Pechincha utilizado pelo ex-policial, bem como em locais ainda desconhecidos.
O papel de Maxwell para obstruir as investigações foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar.
Em nota oficial divulgada na época da prisão, o MPRJ informou que a obstrução de Justiça praticada por Maxwell Simões Corrêa, junto aos outros quatro denunciados, prejudicou de maneira considerável as investigações em curso e a ação penal deflagrada na ocasião da operação “Submersus”, na medida em que frustrou cumprimento de ordem judicial, impedindo a apreensão do vasto arsenal bélico ali ocultado e inviabilizando o avanço das investigações. A arma de fogo utilizada nos crimes ainda não foi localizada em razão das condutas criminosas perpetradas pelos cinco denunciados, cabendo ressaltar que Maxwell ostentava vínculo de amizade com os acusados dos crimes e com os denunciados Josinaldo Lucas Freitas e José Márcio Mantovano.
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e Radioagência Nacional