O objetivo de boa parte dos estudantes quando iniciam em um curso técnico da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, é antecipar a formação profissional e aumentar a chance de empregabilidade. Entre os muitos segmentos do mercado de trabalho, a carreira militar também é uma opção disponível. No último processo seletivo para Sargentos de Nível Técnico da Aeronáutica, ingressaram nas Forças Armadas nove técnicos formados pela Fundação.
Os formandos da Rede Faetec foram selecionados após análise curricular e estágio de adaptação para praças, que durou 54 dias. Além de formação na área pretendida, que exige curso técnico, a experiência profissional vale ponto na avaliação e pode ser usada como critério de desempate. Considerando isso, o tempo de formado pode até ser um grande aliado nesta disputa.
Após ingressar em 2004 na Escola Técnica Estadual Visconde de Mauá, em Marechal Hermes, onde concluiu o curso de Eletrotécnica, Diego Alves, 35 anos, decidiu realizar outro curso técnico que foi primordial para sua formação. Ele se formou em Logística pela Escola Técnica Estadual de Transporte Eng. Silva Freire, em Deodoro, e foi nessa área pela qual construiu sua carreira e entrou na Aeronáutica.
“Minha primeira formação foi eletrotécnica. Entrei numa empresa com o objetivo de estagiar na área e fui ficando nela sem ter a oportunidade na qual eu já tinha o técnico. Resolvi fazer o técnico em Logística porque fui crescendo na empresa, gostando da função que estava exercendo e que estou trabalhando até hoje. Posso dizer que sou filho das Faetecs. Foi onde me capacitei e busquei conhecimento. Por ter esse pilar bem calcificado, consegui me formar no nível superior. O curso acrescentou de uma maneira muito extraordinária para minha vida profissional. Hoje sou o profissional que me formei, devido ao conhecimento que adquiri dentro da Faetec”, declara o agora Sargento Alves.
A faixa etária para militares temporária foi ampliada por lei desde 2019, e agora o candidato para Sargentos da Aeronáutica de Nível Técnico pode ter até 41 anos e 11 meses. Graças ao novo limite, os egressos da Faetec puderam se habilitar para a área militar, já que os aprovados no concurso variaram entre 26 e 38 anos, para ambos os sexos.
Arthur Pinho Oliveira, 38 anos, fez Eletrotécnica na Escola Técnica Estadual Henrique Lage, no Barreto em Niterói. Além da experiência profissional, ter uma unidade perto de casa com horários flexíveis, colaborou para conseguir a formação técnica.
“Minha escolha pela carreira militar foi totalmente por experiência profissional, e na parte técnica comprovada na carteira de trabalho. O técnico fez muita diferença. A escola foi totalmente importante pela disciplina, com horários e outras coisas, como aulas à tarde e aos sábados. Foi bem puxado, mas valeu a pena. Inclusive, quando meu filho tiver idade, vou matricular ele na Faetec”.
Atualmente, a Aeronáutica é a Força Armada que registra a maior participação feminina. De olho nesse crescimento, Ana Paula Moreira, 35 anos, formada no técnico em Edificações da ETE Ferreira Viana, no Maracanã, ressalta a importância que o curso teve em sua vida.
“Sempre tive o objetivo de cursar engenharia, o que fez o técnico complementar muito na minha vida. Foi agregador em todos os sentidos como ser humano, profissional e para estar me formando como Sargento da Força Aérea”.
Os novos Sargentos estudaram em unidades da Faetec presentes em três municípios do Rio de Janeiro, sendo elas: ETE Santa Cruz, ETE Henrique Lage, ETE Juscelino Kubitschek, ETE Imbariê, ETE de Transporte Eng. Silva Freire, ETE Visconde Mauá e ETE Ferreira Viana. Entre os cursos responsáveis pelo ingresso nas Forças Armadas, estão: Logística, Eletrotécnica, Eletromecânica, Administração e Edificações.