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Rejeitos da Samarco afetam a região de Abrolhos

Estudo da UERJ comprova a contaminação após rompimento da barragem de Fundão.

Por Marisa Dias em 22/02/2019 às 18:40:57

Rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana (MG), em 2015, ainda ameaça os corais do Parque Nacional dos Abrolhos, na Bahia. Foto: Divulgação/projeto Baleia Jubarte

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) conduziu um estudo sobre os impactos do rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana (MG), em 2015, nos corais do Parque Nacional dos Abrolhos, na Bahia. O levantamento comprovou uma contaminação significativa por rejeitos da Samarco que, após o rompimento da barragem, o Rio Doce foi rapidamente afetado pelos resíduos do minério e, consequentemente, atingindo a região costeira.

Após análise de amostra de coral, foi constatada a presença de metais pesados,que acabou afetando o meio ambiente. A região de abrolhos é considerada detentora do mais importante recife do Atlântico Sul que abriga uma rica biodiversidade.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), o parque abriga mais de 1/3 de toda a biodiversidade marinha global conhecida. Os corais são animais cnidários que vivem em colônias e segregam exoesqueletos calcários.

No relatório, com quase 50 páginas, os pesquisadores apresentaram análises detalhadas sobre a presença de metais nestas estruturas, demonstrando notória incorporação de zinco e cobre, entre outros elementos.

Seis laboratórios da UERJ trabalharam-na pesquisa que também contou com a colaboração da UFF e da PUC-Rio. O estudo resultou na criação de uma página no Facebook, a "Abrolhos Sky Watch", com o objetivo de acompanhar o avanço da lama do Rio Doce até o mar. O coordenador do trabalho, Heitor Evangelista, do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (LARAMG), juntamente com seus alunos, observavam diariamente imagens de satélite e divulgavam na internet.

Foi através desse monitoramento que foi possível perceber que os rejeitos poderiam atingir o parque marinho, que fica localizado a cerca de 250 km da foz.

A principal tarefa agora é descobrir a extensão do problema verificando em que medida a foi afetada. O estudo foi enviado para o ICMBIO, órgão do Ministério do Meio Ambiente, para fazer parte dos autos da multa ambiental aplicada à Samarco.

O paraíso dos mergulhadores

O Arquipélago dos Abrolhos é constituído por cinco ilhas, a Ilha de Santa Bárbara, controlada pela Marinha do Brasil, onde fica o farol e também a única ilha habitada da região, e mais as ilhas Siriba, Redonda, Sueste, e Guarita.

Somente na Ilha Siriba é permitida visitação, porém de forma programada e monitorada. As outras quatro são áreas intangíveis, não sendo permitido desembarque nestas ilhas.

A área de 913 quilômetros quadrados pertence ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e é controlada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com apoio da Marinha do Brasil.

O arquipélago de Abrolhos foi a primeira área do Brasil que recebeu o título de "Parque Nacional Marinho", pelo decreto n° 88.218, de 6 de abril de 1983.

Uma das regiões preferidas dos mergulhadores, Abrolhos possui uma excelente área para mergulho autônomo e livre. O arquipélago conta com formações de corais com grande diversidade de fauna marinha, formando grandes áreas de piscinas naturais. Várias espécies de aves, diversidade de fauna marinha, e também uma rica vegetação são seus atrativos.


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