A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) tem por finalidade descobrir o mais cedo possível se um recém-nascido ou bebê possui alguma alteração auditiva. Isso é feito através de testes e retestes, com medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da audição, com o objetivo de encaminhar essas crianças para o diagnóstico preciso de qualquer alteração auditiva. Se necessário, as medidas de intervenção apropriadas são iniciadas, visando o bem-estar da criança e sua família.
No contexto da TAN, o "Teste da Orelhinha", ou exame de Emissões Otoacústicas, se destaca como uma ferramenta essencial. A fonoaudióloga Ester Cleisla ressalta que este teste é simples e não invasivo. Ele deve ser realizado, preferencialmente, nos primeiros dias de vida do bebê, ainda na maternidade, para verificar a integridade da função auditiva do recém-nascido.
A Lei Federal 12.303/2010 estabelece a obrigatoriedade da realização da Triagem Auditiva Neonatal em todos os hospitais e maternidades do país. Isso garante que todas as crianças tenham a oportunidade de serem submetidas ao teste e, caso necessário, receberem tratamento adequado.
A fonoaudióloga Ester Cleisla enfatiza: "A Lei que torna a Triagem Auditiva Neonatal obrigatória é um marco importante no cuidado da saúde auditiva das crianças. Foi um passo fundamental para garantir que possíveis alterações auditivas sejam identificadas e tratadas precocemente, o que pode impactar significativamente no desenvolvimento e na qualidade de vida das crianças."
Fonoaudióloga Ester Cleisla. Foto: Divulgação
Estudos demonstram que crianças com perda auditiva que recebem estimulação sonora adequada durante o primeiro ano de vida apresentam um desenvolvimento de fala e linguagem semelhante ao de crianças ouvintes. Isso ressalta a importância de identificar e tratar problemas auditivos precocemente.
O "Teste da Orelhinha" é o primeiro passo para garantir que um bebê tenha a oportunidade de desenvolver suas habilidades linguísticas e de fala plenamente. Ao detectar possíveis problemas auditivos precocemente, proporciona-se uma intervenção oportuna, diminuindo o tempo de privação sensorial e abrindo as portas para um futuro de comunicação saudável. É um pequeno exame que pode fazer uma diferença gigante na vida da criança e de sua família.
Especialista no assunto, Ester Cleisla enfatiza que, mesmo após a triagem auditiva neonatal, é essencial prestar atenção ao desenvolvimento da audição e da linguagem das crianças, uma vez que a perda auditiva pode ocorrer ao longo do crescimento infantil.
"A triagem auditiva neonatal é um primeiro passo importante, mas não deve ser o único. Devemos acompanhar de perto o desenvolvimento da audição e da linguagem das crianças ao longo dos anos, especialmente se houver fatores de risco envolvidos. A intervenção precoce e o acompanhamento contínuo são fundamentais para garantir um desenvolvimento adequado”, finaliza a profissional.