A partir desta terça-feira (7) até o dia 14 de novembro, a cidade do Rio de Janeiro será palco da terceira edição do Festival Internacional de Intercâmbio Teatral - NEAPFEST Brasil, promovido pela Rede de Artes e Profissionais Emergentes (NEAP, sigla em inglês). O Festival será realizado em diversos espaços populares, próximos à região portuária e à região conhecida como Pequena África, no centro do Rio de Janeiro.
O evento terá sua abertura realizada no Teatro Nelson Rodrigues, nesta terça-feira (7), às 19h, e também contará com painéis no Centro técnico de Artes da FUNARTE; workshops, performances e uma roda de samba em parceria com a Casa Funk no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB). O festival receberá apresentações teatrais nacionais e internacionais, com os sucessos de público Migrantes, A Jornada de um Herói, Menina Mojubá, Karaiba, Pelada: a hora da Gaymada, além da estreia do espetáculo Faltou ar para dizer, da Confraria do Impossível, e apresentações internacionais do Senegal, Chile, Filipinas, Guam e Angola. O festival também terá painéis de discussão e oficinas gratuitas para artistas, com 80% das vagas voltadas para a comunidade negra, mulheres e LGBTQIAPN+.
O NEAP é um comitê do International Theatre Institute/Unesco (ITI/Unesco), composto por um grupo de artistas e profissionais que trabalham para manter uma comunicação eficaz, facilitando a colaboração além das fronteiras nacionais e internacionais em mais de 80 países. O objetivo é criar visibilidade e oportunidades, representando jovens de 18 a 35 anos no congresso do ITI, por meio de suas atividades, incluindo a responsabilidade com o Meio Ambiente como eixo fundamental. O NEAPFEST Brasil conta com os patrocínios da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, através do Programa de Fomento Carioca (FOCA) e da Caixa Econômica Federal, além dos apoios da FUNARTE e Governo Federal.
A terceira edição do NEAP contará com workshops e painéis temáticos, discutindo temas relevantes para os artistas e para a sociedade como um todo. Para essas atividades foram convidados nomes de credibilidade internacional. Emilya Cachapero, diretora do Theater Communications Group e ativista da diversidade étnica nos EUA; Theresa Erving, Diretora geral do Centro Norte americano do International Theatre Institute; Roberto Cayuqueo - Presidente do ITI Chile com trabalho entre teatro e comunidades indígenas da tribo Mapuche; e Zhongwen Chen, Secretária Executiva do International Theater Institute Global; Tarcísio Motta, deputado federal; Coordenadoria de Cultura da Unesco Brasil; Marcelo Calero, Secretário de Cultura da cidade do Rio de Janeiro;
Além de ser uma celebração da diversidade cultural e artística, o NEAPFEST Brasil tem como objetivo promover o intercâmbio internacional entre artistas de teatro brasileiros e delegações de 12 países sobre o tema de diásporas, focando na transição entre a Década Internacional para Afrodescendentes para a Década Internacional das Línguas Indígenas do Mundo declaradas pela Unesco. Durante o evento, também ocorrerá o Conselho Regional das Américas, onde representantes das delegações das Américas se reunirão para criar estratégias de colaboração internacional, beneficiando o intercâmbio, residências e circulação de grupos teatrais pelo continente.
O NEAPFEST Brasil promete ser um marco na cena teatral internacional, marcando não apenas a retomada das atividades do Centro Brasil do ITI, que estava de portas fechadas desde 2017, mas também o fortalecimento das relações culturais e artísticas entre o Brasil e o mundo.
Premiação
Na abertura do evento também será realizada a entrega da Premiação Rubens Barbot, que celebrará personalidades nacionais e internacionais que apoiam ativamente jovens artistas emergentes a continuarem seu caminho na arte pensando no desenvolvimento sustentável.
Cada personalidade homenageada, dez brasileiras e dez estrangeiras, receberá uma estatueta exclusiva produzida pelo artista plástico Tarso Tabu, que faz a utilização de materiais recicláveis e retrata, em suas obras, a vida de catadores da cidade do Rio de Janeiro, demonstrando a importância de trabalhadores de reciclagem para grandes metrópoles.
A Premiação Rubens Barbot homenageia o figurinista, bailarino e coreógrafo contemporâneo gaúcho fundador da Cia. de Dança Rubens Barbot, que há vinte anos atuava no Rio de Janeiro com seu companheiro, Gatto Larsen, no quilombo cultural Terreiro Contemporâneo. Atualmente, gerido pela companhia teatral Confraria do Impossível, a sede recebeu o Prêmio Shell 2020 de Inovação pela importância de suas ações para a promoção e o desenvolvimento da arte negra no Rio de Janeiro.
O artista nos deixou em 2022 e foi um marco vivo para a dança contemporânea brasileira, além de um representante da arte negra nacional. O festival dá o nome de Rubens Barbot para a premiação de abertura por seu envolvimento e dedicação no desenvolvimento artístico e pessoal de jovens artistas promissores e sua responsabilidade com a criação de cenários e figurinos com materiais sustentáveis.
O projeto teve incentivo do Programa de Fomento à Cultura Carioca - FOCA da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ) e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
Programação completa através do Instagram: @iti.brazil