O cantor Djavan foi internado, no dia 21 de fevereiro, para realização de exames, entre eles a colonoscopia, para averiguar a saúde do intestino e um possível quadro de gastroenterite. Dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia são sintomas que podem sugerir o problema, mais frequente no verão. Essa condição tem causas diversas, incluindo agentes infecciosos como vírus, bactérias, toxinas bacterianas ou parasitas. Os principais motivos estão associados ao calor e ao consumo de alimentos e bebidas contaminados.
No primeiro trimestre de 2023, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio (SES-RJ) registrou 455 mil casos de gastroenterite, representando um aumento de 15% no número de notificações em relação ao ano anterior. A doença, altamente contagiosa, provoca uma inflamação no tubo digestivo, desde o estômago até os intestinos delgado e grosso. "Como os principais sintomas da gastroenterite são diarreia e vômito, uma grande preocupação passa ser a desidratação", comenta Edmundo de Oliveira Tommasi, médico intensivista e coordenador do CTI do Hospital Badim.
O médico salienta que, se não tratada adequadamente, a desidratação pode evoluir para problemas graves, especialmente em crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas. Tommasi afirma que não há um tratamento específico para as gastroenterites provenientes de infecções virais. “O atendimento a esse paciente envolve medicação para aliviar os sintomas, hidratação com soro, orientação de ingestão de alimentos leves e repouso”, diz o especialista.
A prevenção da doença está associada à higienização adequada das mãos e à lavagem cuidadosa dos alimentos antes do consumo, assim como a procedência dos mesmos. “Nem sempre um alimento contaminado apresenta aspecto ou gosto ruim, mas a sua ingestão pode levar a um quadro de gastroenterite”, diz o médico.
Colonoscopia: por que fazer esse exame?
A colonoscopia é um exame de imagem indicado para avaliar a saúde do intestino grosso e o final do intestino delgado, capaz de identificar possíveis infecções, tumores ou pólipos intestinais, que são manifestações anormais do tecido da mucosa. O procedimento é também indicado na detecção do câncer de colorretal, popularmente conhecido como câncer de intestino, aquele sofrido por Pelé, Preta Gil e Roberto Dinamite, por exemplo.
“Quando detectamos pólipos durante a colonoscopia, geralmente já realizamos a sua retirada para evitar que evolua para problemas mais graves de saúde e também para a realização de biópsia", explica o gastroenterologista Rodriguo Rodrigues, responsável pelo setor de endoscopia digestiva do Hospital Badim.
O paciente da colonoscopia pode realizar o preparo do exame na unidade hospitalar de internação. Na véspera do procedimento, é adotada uma dieta diferenciada, mais leve ou até mesmo líquida. O médico também indica o uso de laxativos para que o intestino esteja completamente sem resíduos na hora do exame e, assim, as imagens obtidas tenham boa qualidade de visualização. No dia do exame, o paciente é auxiliado pela equipe de enfermagem nos preparos finais, horas antes da realização do procedimento que é feito no centro cirúrgico.
"Ao chegar na sala cirúrgica, o paciente é sedado pelo anestesista, que mantém o monitoramento dos sinais vitais, como acontece normalmente em um procedimento cirúrgico. O exame é feito por meio de um longo tubo flexível, que tem uma mini câmera acoplada na sua ponta. Ele é conduzido e visualizado através de um monitor de tv até a parte inicial do intestino grosso e final do intestino delgado. Nessa região e também durante todo esse trajeto, as imagens vão sendo gravadas para análises posteriores, avaliações e decisões tomadas durante o procedimento pela equipe médica", explica Rodrigues.
O especialista ainda esclarece que após a colonoscopia, o paciente é liberado, mas com a presença de um acompanhante - "pois os efeitos dos sedativos e anestésicos podem demorar algumas horas para passar". A alimentação, até o final do dia em que o exame foi realizado, deve ser leve, sem necessidade de dieta pastosa.