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Desembargador de Santa Catarina terá que esclarecer vídeo grosseiro para juízas

Corregedoria Nacional de Justiça apura conduta de Jaime Machado Júnior, do Tribunal de Justiça catarinense, para investigar possível infração disciplinar

Por Cezar Faccioli em 02/04/2019 às 22:31:35

Foto: Reprodução de internet

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou a instauração de pedido de providências para apurar a conduta do desembargador Jaime Machado Júnior, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), por possível cometimento de infração disciplinar por ele praticada, divulgada pela mídia nacional. A instauração do procedimento deu-se em decorrência de um memorando encaminhado pela conselheira Iracema Vale, em que apresenta manifestação do grupo de trabalho criado pela Resolução CNJ nº 255/2018, que institui a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário, bem como de um ofício enviado pela conselheira Maria Tereza Uille Gomes. “O magistrado foi autor de palavras profanas e protagonista de registro audiovisual que avigora a objetivação da mulher e acirra a desigualdade de gênero, o que vai de encontro às políticas de proteção, assistência e combate à violência contra a mulher, que vem sendo desenvolvidas pelo CNJ”, apontou Maria Tereza Uille no documento.

O corregedor nacional teve acesso também à reportagem publicada em vídeo no site do g1.globo, em 27 de março, bem como às reportagens escritas publicadas no site g1.globo e no Estadão. Segundo as matérias jornalísticas, o magistrado gravou um vídeo ao lado do cantor Leonardo, e que circulou nas redes sociais, em que cita o nome de cinco juízas colegas dele, também do TJSC, com dizeres inapropriados. Entre outras,se destaca a declaração em que o desembargador se dirigia às juízas dizendo que do lado do cantor, seu amigo, ele 'comeria todas'. Como arremate, detalhou para o cantor: 'Você segura, eu como', num estilo que não primava pela sutileza.

As mesmas matérias trazem ainda nota do desembargador admitindo o seu erro, na qual considera suas palavras inadequadas e reconhece ter se portado de maneira errada. O magistrado diz ainda que isso deve servir de lição para ele e outros homens. As reportagens destacaram ainda o repúdio manifestado pelo Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público e pela Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas.

Procedimento

Para o ministro Humberto Martins, a narrativa apresentada no ofício da conselheira Maria Tereza Uille, no memorando da conselheira Iracema Vale, bem como as notícias veiculadas pela imprensa apontam que o desembargador Jaime Machado Júnior praticou ato que, em tese, caracteriza conduta que viola os deveres dos magistrados. “Determino a instauração de pedido de providências, que deverá tramitar nesta Corregedoria Nacional de Justiça, a fim de esclarecer os fatos”, decidiu Martins. O corregedor nacional solicitou informações do magistrado sobre o fato no prazo de 15 dias.
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