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'Lembrar, para nunca esquecer'

"Ainda estou Aqui", premiado em Veneza e candidato ao Oscar, estreia nos cinemas do Brasil

Filme de Walter Salles, do laureado Central do Brasil, narra luta de Eunice Paiva para descobrir o paradeiro do marido, o deputado Rubens Paiva, sequestrado por agentes do regime militar


Fernanda Torres revive nas telas Eunice Paiva, no filme contando a luta dela para descobrir o paradeiro do marido, sequestrado por agentes da ditadura militar. Foto: Divulgação

O filme que pode levar o Brasil a ganhar o Oscar estreou, nesta quinta-feira (7), nos cinemas em todo o país. Dirigido por Walter Salles, o longa ‘Ainda estou Aqui’ narra a vida da família Paiva – a mãe, Eunice, e os cinco filhos – após o desaparecimento do marido de Eunice, o deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar.

Ainda estou aqui é o filme escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para ser o representante brasileiro a concorrer à indicação ao Oscar 2025. O longa foi recebido com comoção pelas plateias e premiado em vários festivais internacionais, levando o prêmio de melhor roteiro no festival de Veneza.

O filme é baseado no livro biográfico do jornalista Marcelo Rubens Paiva, filho caçula de Eunice e Rubens Paiva. Lançado em 2015, o livro conta a história da mãe dele, símbolo da luta contra a ditadura, que viveu até 2018, e morreu aos 86 anos, com Alzheimer.

Eunice Paiva criou os cinco filhos e se tornou advogada de direitos humanos e indígenas após a prisão e o desaparecimento do marido, em 1971, durante a ditadura, no Rio de Janeiro.

Selton Melo foi o escolhido para encarnar o deputado Rubens Paiva, na película dirigida por Walter Moreira Salles

Para Marcelo Rubens Paiva, hoje com 65 anos, Ainda Estou Aqui é mais do que um filme sobre uma família brasileira que resiste e denuncia os crimes cometidos pela ditadura. É sobre lembrar, para nunca esquecer, a história recente e coletiva de violações de direitos em nosso país.

Em 1996, após sancionada a chamada Lei dos Desaparecidos, foi emitido o atestado de óbito do ex-deputado, ficando assim reconhecida oficialmente a sua morte. O corpo de Rubens Paiva nunca foi encontrado.

Ouça no Podcast do Eu, Rio! a reportagem de Joana Côrtes, da Rádio Nacional, sobre a estreia nas telas brasileiras do candidato brasileiro ao Oscar, o filme Ainda Estou Aqui.

Forte candidata a ser indicada ao Oscar na categoria melhor atriz pela sua atuação, a atriz Fernanda Torres traz vida a Eunice Paiva, em uma história de luta por memória, verdade e justiça que conquistou o mundo e agora chega aos cinemas brasileiros. No elenco do filme, ainda estão Selton Mello interpretando o pai Rubens Paiva e a atriz Fernanda Montenegro fazendo Eunice Paiva já mais velha.

Agora, o longa de Walter Salles percorre um caminho em busca de uma vaga entre os indicados ao Oscar. As listas com os pré-selecionados nas principais categorias saem dia 17 de dezembro. Depois, a lista oficial de indicados será anunciada no dia 17 de janeiro de 2025.

A cerimônia de premiação acontece no dia 2 de março, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O filme Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, foi escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. O anúncio foi feito pela Academia Brasileira de Cinema após decisão unânime da comissão de seleção.

Ainda Estou Aqui disputou com mais cinco produções: Cidade Campo, de Juliana Rojas; Levante, de Lillah Halla; Motel Destino, de Karim Aïnouz; Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges; e Sem Coração, de Nara Normande e Tião.

A película ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e foi exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián, além de selecionado para o Festival de Nova York.

“Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. Ainda Estou Aqui é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso”, disse Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção, em publicação da Academia Brasileira de Cinema.

Estrelado por Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello, filme é ima adaptação de uma obra autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva em que conta a história de sua mãe Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, que foi levado de casa e morto pelos militares durante a ditadura. Por décadas, Eunice buscou a verdade sobre o que havia ocorrido com o marido, tornando-se uma voz importante contra o regime, abertura dos arquivos e a busca pelo memória dos desaparecidos políticos. Eunice é interpretada pela atriz Fernanda Torres, que tem sido elogiada por sua atuação pelos críticos de cinema.

* Com informações da Academia Brasileira de Cinema



Agência Brasil e RadioAgência Nacional

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