A CPI das Concessionárias de Energia da Alerj realizou na manhã desta sexta-feira (24) Audiência Pública conjunta com a Comissão de Minas e Energia para solucionar as deficiências do serviço da Light na Baixada Fluminense. A reunião ocorreu no auditório da Firjan, em Nova Iguaçu.
Os moradores e comerciantes reclamaram das constantes quedas de energia na Baixada e das cobranças abusivas. Moradores como Aline Marques ficou sem luz por 48 horas “Ligamos para a Light, e nada. Perdemos a geladeira, que queimou. É um absurdo”, disse.
A presidente da CPI, deputada Zeidan Lula (PT), disse que a população está insatisfeita há muitos anos:
"Está tudo errado. A conclusão que temos é de que o processo está todo irregular. Desde as cláusulas do contrato, a fiscalização, a regularização, a cobrança dos impostos em nossa fatura e a leitura do relógio. No Rio, a Light ocupa o primeiro lugar entre os que tem mais processos judiciais. São mais de 220 mil processos”, disse.
Furto de energia
O superintendente de Disciplina da Light, Daniel Campos, expôs dados sobre a atuação da companhia. Segundo ele, dos três milhões de consumidores, a Light tem mais de 800 mil em áreas de comunidades. Para a empresa, o principal problema é o furto de energia:
“Se o furto fosse zero, os consumidores pagariam uma tarifa 15% mais barata. O furto de energia é um problema sério”, disse.
Outro representante da Light presente à CPI foi o superintendente de Distribuição, André Luiz Barata. Ele disse que 30% do total de investimentos da Light é direcionado para a Baixada Fluminense. Ele citou ainda como causas das interrupções de energia as condições climáticas e a violência na Baixada:
“Na última chuva, a baixada foi uma das regiões mais afetadas. Ventos acima de 100 km/h, árvores caíram na rede, mesmo assim, 96% dos clientes afetados tiveram a energia normalizada em 24 horas. Além disso, 800 mil consumidores estão em área de risco. E na Baixada são 150 mil. Não é incomum termos funcionários sequestrados e ameaças reais. Em 2017 e 2018, foram registrados 113 casos de violência. Nossa vida não é fácil”, disse.
O presidente da Alerj, deputado André Siciliano (PT), disse que a ocorrência de furtos é sabida, mas que é necessário dar atenção às reclamações dos consumidores:
“Parece que a empresa tem uma meta. Chega no consultório, lavra um termo. É perverso”, disse.
O relator da CPI, deputado Max Lemos (MDB), cobrou da Light um plano de ação para a melhoria do fornecimento de energia elétrica na Baixada Fluminense:
“A Light tem que ter um plano para nos apresentar. Se nós não tivermos este planejamento em mãos, podemos ir a frente e opinar para que não haja a renovação da concessão”, disse.