Seminário da Unicef alerta contra a violência escolar

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) promovem e a Cidade Escola Aprendiz realizam, nesta segunda (17) e na terça-feira, o Seminário “Educação é Proteção contra a Violência,” no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio de Janeiro, ambos na Praça Mauá, Centro do Rio de Janeiro.

As instituições pretendem discutir possíveis respostas de vários setores, como educação, saúde, assistência social, direitos humanos e sociedade civil, para que consigam garantir que a escola seja um lugar seguro para cada criança e cada adolescente.

“As escolas precisam ser um espaço de segurança porque muitas vezes são os únicos locais oferecidos para jovens. Crianças e adolescentes precisam se sentir seguros nesses ambientes." , disse, Thiago de Holanda, membro do Comitê Cearense para Prevenção de Homicídios na Adolescência.

No primeiro dia do Seminário, será apresentado um cenário da educação como prevenção das violências, reunindo dados e recomendações sobre como o Brasil pode avançar na implementação de uma agenda de proteção, tendo a educação como catalisadora da rede intersetorial de garantia de direitos das crianças e adolescentes.

No segundo dia, será discutido o enfrentamento da exclusão escolar – uma violação de direitos que atinge mais de 2,8 milhões de crianças e adolescentes no Brasil (Pnad/IBGE, 2015). A  Busca Ativa Escolar é uma estratégia da Unicef e parceiros para enfrentar esse fenômeno. Ela está sendo implementada em diversos municípios do Rio de Janeiro que apresentarão suas experiências durante o evento.

A Escola como lugar de proteção

Segundo a Unicef, no Brasil, 32 meninas e meninos entre 10 a 19 anos são vítimas de homicídio, por dia. O país é o primeiro em número absoluto de assassinatos de adolescentes no mundo. As vítimas, em geral, são meninos, negros, de famílias de baixa renda. São crianças e adolescentes que vivem em territórios vulneráveis e violentos, sem acesso adequado a serviços de saúde, assistência social, educação, esporte e lazer. Parte deles é também vítima de discriminação racial, violência baseada em gênero, homofobia e transfobia. Outra informação importante apontada pelo levantamento de dados promovidos pela instituição, é que em vários locais do país, mais de 50% dos jovens assassinados, estão fora da escola.

Com base nestes dados,  a Unicef concluiu que a escola é fundamental que as crianças e jovens estejam no ambiente escolar. No entanto, entendem que a escola precisa ser um local seguro, que esteja pronta para acolher as diversas demandas dos alunos e valorizar suas diferenças.  A partir destas análises se propuseram a discutir como transformar essa escola, criando um ambiente seguro e acolhedor para os alunos, integrando a comunidade e as famílias.