Quatro dias após um cavalo ferido ser resgatado entre as ruas 1 e 42, no distrito de Itaipuaçu, em Maricá, outro animal abandonado voltou a mobilizar os moradores da região. A Coordenadoria Especial de Proteção Animal esteve presente dando apoio ao atendimento com a doação de soro. Na ocasião, a coordenadora e veterinária Milena Costa falou sobre a gravidade do abandono e dos maus-tratos e chamou a atenção da população para a questão da violência contra cavalos que são usados como meio de transporte para pessoas e cargas.
“Esta é a terceira denúncia de abandono de cavalos que chegou até nós em um período de duas semanas. Normalmente, esses animais são explorados puxando carroças e quando já não podem mais fazer isto, são deixados. Se o tutor for identificado, será feito o registro da ocorrência. A população nos procurou achando que o acolhimento seria uma atribuição da Proteção Animal, mas, por lei, não é. Hoje a proteção animal faz um trabalho de controle reprodutivo e educativo”, ressaltou a coordenadora de Proteção Animal.
Segundo a assessoria da Prefeitura de Maricá, o cavalo era apelidado de "Chiclete" e se encontrava em avançado estado de desidratação e desnutrição. Seu resgate foi possível devido o esforço coletivo de moradoras como as donas de casa Márcia Valéria Oliveira e Erica Sampaio que acionaram uma grande rede de apoio e organizaram uma ‘vaquinha’ para custear o atendimento veterinário. Depois do resgate foi levado para a clínica do médico veterinário Márcio Struminski.
“O primeiro procedimento foi verificar os sinais vitais como frequência cardíaca, temperatura, respiração e mucosas. Em seguida, foi realizado um tratamento de ‘ataque’ com uma solução hipertônica para melhorar a pressão sanguínea, que estava muito baixa devido a desidratação. Ele também recebeu cálcio, para melhorar a contração muscular e a contração cardíaca, e glicose. Somente após seis litros de soro ele conseguiu levantar”, explicou Márcio.
Vale destacar que, em dezembro de 2018, segundo dados do programa Linha Verde, o número de denúncias de maus tratos contra animais havia aumentado. O Disque Denúncia registrou 3.600 casos. Isso significou um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda segundo a entidade os cães, os gatos e os cavalos estão entre os mais abandonados. Geralmente, a falta de alimentação, o espancamento e outras negligência estão na lista dos relatos.
No Brasil, a lei federal Nº 9.605/98 já especificou várias violações e penalidades para quem pratica crimes contra os animais.