Boris Johnson é eleito Primeiro-ministro britânico

Com o voto de 160 mil militantes conservadores britânicos, Boris derrotou, nesta terça-feira (23), o chanceler Tory Jeremy Hunt por 92.153 votos contra 46.656 votos e foi anunciado como Primeiro-Ministro na Sala de Conferências da Rainha Elizabeth.

Em um breve discurso diante do auditório, mais protocolo do que conteúdo, Johnson apresentou a ideia que o levou à vitória e que entusiasma os fãs: O Partido Conservador prometeu, realizará o Brexit e demonstrará "sua capacidade histórica de equilibrar dois instintos opostos: o desejo de manter uma relação próxima com a UE e o desejo de que este país possa se governar democraticamente".

Theresa May terá de manter o protocolo até o final, então nesta quarta-feira (24), ela irá ao Parlamento para passar por uma sessão final de controle. Será a mais triste de sua carreira política, mas provavelmente a mais fácil. É previsível que os deputados tenham em relação a ela a cortesia que ela mal desfrutava durante o seu governo.

Uma vez terminado o rito parlamentar, o carro oficial levará May pela última vez ao número 10 da Downing Street, a residência oficial e local de trabalho do primeiro-ministro. Assim que o discurso de despedida, dirigido à sua equipe e ao povo britânico, for entregue, irá ao Palácio de Buckingham, onde comunicará sua renúncia à rainha Elizabeth II.

Imediatamente depois, será Johnson quem comparecerá perante a rainha para receber formalmente o pedido para formar um novo governo. De lá, direto para Downing Street, onde haverá um púlpito oficial nas portas da residência para o recém-eleito dar seu primeiro discurso como chefe do governo, e assim começar uma montanha-russa.

A chegada iminente de Johnson em Downing Street desencadeou os temores dos líderes europeus em relação à possibilidade cada vez mais real de um Brexit sem acordo em 31 de outubro. O novo líder conservador, no entanto, manteve contatos com pelo menos cinco governos europeus para abrir a possibilidade de uma renegociação do acordo de Theresa May, apesar da insistência de Bruxelas de que o acordo não seja tocado.

Johnson também terá que enfrentar a crise iraniana e a captura do petroleiro Stena Impero, com o dilema de adotar um diálogo mais brando, como deseja a Europa, ou se inclinando para Washington.

Boris Johnson era o favorito para se tornar líder do Partido Conservador e, consequentemente, primeiro-ministro, desde que Theresa May anunciou que deixaria o cargo, em 24 de maio. Ele já tinha tentado disputar os mesmos postos em 2016, mas, após perder apoio, retirou sua candidatura.