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Como desvendar bloqueios e encontrar soluções através das 'Perguntas'

* Por Dulce Gabiate, Psicóloga

Em 11/07/2020 às 08:34:49

Sabemos que a comunicação é a chave para criar bons relacionamentos e que as perguntas ajudam a aprofundar conversas, identificar sentimentos, crenças, obstáculos e quando empregadas estrategicamente, facilitam o encontro de soluções para as diversas questões e áreas da vida.

Normalmente os conflitos se instalam nas conversações, em função da nossa tendência em interpretar e julgar situações, comportamentos ou eventos, sem antes trabalhar os dados e fatos, e tão pouco identificar e considerar os sentimentos, associações, lembranças, conceitos e crenças que influenciam nossa percepção e avaliação. Aqui podemos brincar com a expressão, "falar sem pensar, responder no automático, sem ouvir tudo".

Saber direcionar uma conversação de forma assertiva, evita conflitos, interpretações errôneas, tomadas de decisões impulsivas, bem como pode ser uma excelente ferramenta para mapear ideias que poderão contribuir na solução de problemas, na criação de planos e melhoria das relações.

Se soubermos utilizar a sequência de perguntas que nos permita trafegar do nível superficial ao profundo, de forma reflexiva, seguindo os processos naturais de criação da nossa comunicação interna, poderemos experimentar uma nova forma de explorar o prazer de conversar.

Segue uma linha básica para estruturar uma conversação de forma produtiva e com vantagens de aprendizagens para melhoria da comunicação e dos relacionamentos em diversos contextos.

Compreendendo o processo: Nossa forma de perceber e interagir com o mundo se dá através da utilização dos sentidos. Vemos, ouvimos, tocamos objetos, sentimos cheiros e gostos e isso organiza a percepção, ajuda a estruturar a nossa memória, conceitos e crenças sobre objetos, situações e pessoas. Essas memórias e crenças orientam e determinam nossas percepções e comportamentos e por isso, tendemos a interpretar e julgar os fatos sem termos uma análise apurada. Essa tendência, nos leva a interpretações nem sempre adequadas que podem ameaçar nossa forma de lidar com pessoas, abraçar novas experiências e até limitar nossa atuação na vida.

Estruturando a conversação

1. Procure iniciar a conversa, focando nos dados e fatos da situação para entender o fato ocorrido, perguntas objetivas como: Qual o dia, horário, quem eram as pessoas presentes, o local, são perguntas que ajudam situar o fato e contexto.

2. Os eventos sempre são percebidos pelos sentidos, correlacionados com eventos similares que geram sentimentos, emoções e nos trazem lembranças e conceitos pré -estabelecidos ou crenças, que podem distorcer a realidade, criar resistências, então vale perguntar neste momento: Que lembranças vieram a sua mente enquanto ocorria a história? já vivenciou um fato semelhante? como você se sentiu?, você fez alguma associação com outro evento, comparou este fato com outro já ocorrido?

3. Agora você já tem elementos que ampliam a visão sobre o fato e possíveis influências sobre sua avaliação e julgamento, você pode mergulhar nas interpretações e criar perguntas como: qual a importância deste fato? Qual o impacto deste evento para você, o que esse evento sugere? O que precisa ser feito? O que podemos melhorar, o que podemos aprender com isso? O que precisamos fazer de diferente?

4. Frente aos fatos, sentimentos e influências sobre a sua forma de enxergar agora o evento, é hora de buscar uma decisão, então seja direto: o que você decide? o que pretende aplicar e fazer? O que irá fazer efetivamente? Quando?

Utilizar esta estratégia de perguntas pode nos ajudar na arte de aprofundar a visão sobre os fatos, identificar fatores de influência e formas para lidar com a realidade, bem como derrubar as limitações criadas por interpretações sem base, generalizações aprendidas, ampliar nossa forma de percepção e facilitar a criação de novos comportamentos mais assertivos, para lidar e atuar nas relações com pessoas e eventos.

Esta estruturação é um método de perguntas que pode ser trabalhado por 2 pessoas ou grupo de trabalho, as ideias levantadas podem servir para promover aprendizagens, mudanças de visão, resolver conflitos e gerar o crescimento em grupo. O método quando aprendido, expande nossa criatividade para criar perguntas nos diferentes níveis de percepção e pode ser utilizado em atividades de conversação pessoal, workshops de grupo, entrevistas de seleção, treinamentos, atendimentos psicoterápicos e nos processos de Coaching.

Dulce Gabiate – Psicóloga, Consultora organizacional com foco na área de desenvolvimento humano. Treinadora de treinadores em TOP- Tecnologia de Participação ICA Phoenix - Arizona USA, Trainer em Programação Neurolinguística pelo INAP e Coach Executivo, Carreira e Vida pelo ICI e InCoaching.

Psicóloga Clínica - realiza atendimento online – contato @dulcegabiate; email:[email protected]

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