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Vencedor de Melhor Roteiro Adaptado no Oscar 2024, “Ficção Americana” está no Prime Video

Cinestesia, Por Gabi Fischer, Cineasta e Produtora

Em 17/03/2024 às 15:25:39

Jeffrey Wright está brilhante e brilhando em “Ficção Americana” e o ator merece todos os holofotes que está recebendo, incluindo a indicação a Melhor Ator no Oscar. Wright tem uma consolidada carreira, com seu nome envolvido em grandes franquias, como “007” e “Jogos Vorazes”, além da renomada série “Westworld” (que até hoje ninguém entendeu o surto das últimas temporadas, mas isso é papo para depois). Porém é agora, aos 58 anos, no papel de Monk, que ele veio tirar todas as dúvidas sobre o que é capaz.

Reservei todo esse primeiro parágrafo para falar do ator porque “Ficção Americana” só é o que é, de forma excelente, graças ao seu protagonista, porque o filme é sobre ele, para ele e por causa dele. A narrativa é muito bem executada por ter consciência sobre essa “simples” característica, em especial porque a estrutura segue bem como o próprio fluxo de pensamento de Monk. Acompanhamos quase que a consciência do pprotagonista. É bem construída essa evolução do personagem, porque começa de uma maneira e termina de outra. Ele absorve as consequências e se transforma sobre todos os questionamentos que está vivendo, sejam estes familiares, amorosos, profissionais e até sobre si. Mesmo sendo um personagem bem introspectivo, ele cumpre bem sua transformação de arco dramático, inclusive essa característica do protagonista funciona mais ainda pelo contraponto com o irmão, interpretado por Sterling K. Brown, que está ótimo (além do Randall, tem a Barbie Presidente no elenco e Seth Cohen. Entendedores entenderão!).

A consciência do roteiro é ótima e prende bem a gente a continuar assistindo. Entre as cinco categorias que o filme conquistou indicação no Oscar, está a de Melhor Roteiro Adaptado, que inclusive venceu no BAFTA, pois trouxe para o audiovisual a obra “Erasure”. Os devidos créditos devem ser dados ao roteirista, que também é o diretor: Cord Jefferson. Bem conhecido por seu trabalho no mundo da TV (obrigada por ser um dos roteiristas da série de “Watchmen”), preciso destacar que é o seu primeiro longa-metragem a conseguir indicações ao Oscar (além dele, nesse ano, o mesmo aconteceu com a Celine Song em “Vidas Passadas”).

Sim, eu adorei o filme! É uma comédia ótima, especialmente porque sabe como retratar as hipocrisias raciais da sociedade. É algo inédito? Não! Só que o filme conquista o mérito de destaque, pois coloca muito bem a realidade óbvia em uma ficção bem construída. A brincadeira para dar um tapa no mercado literário acaba tomando um caminho muito diferente, que só evidencia todos os problemas sociais que bem conhecemos. A ironia, então, vem como grande ajuda nessa narrativa, algumas bem claras e outras bem pinceladas, como a cena de Monk trocando os canais de TV.

Acima de tudo, o filme traz boas perguntas sobre a própria sociedade norte-americana, o caminho do sucesso e o artista negro, entre tantas outras. O melhor é que o longa não vai responder nenhuma delas, até porque nós, como sociedade, ainda não respondemos. Então, seguimos aqui com tudo isso bem na nossa frente para encarar e tentar evoluir.

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