*Paulo Baía
A cidade do Rio de Janeiro, no esforço de retomar seu pioneirismo, seu protagonismo nas iniciativas e projetos de inovação científica, tecnológica, cultural e artística, promove entre os dias 01 e 03 de Maio a conferência de tecnologia e inovação Web Summit pela primeira vez no Brasil. Ressalte-se a importância desse evento, que é o maior acontecimento de tecnologia do mundo, se realizar na Cidade do Rio de Janeiro, abrindo várias frentes e fontes de oportunidade para a Cidade do Rio de Janeiro, para o Brasil.
A Cidade do Rio de Janeiro há muitas décadas, desde 1970, tem como projeto declarado mas não realizado ser um polo mundial de inovação tecnológica, científica, artística, cultural, audiovisual e de entretenimento.
Vários movimentos e iniciativas surgiram, com uma dinâmica anacrônica concreta para a Cidade e o Estado do Rio de Janeiro, que perderam essa posição para a Cidade e o Estado de São Paulo, o Estado de Santa Catarina e a cidade de Florianópolis, juntamente com um espalhamento atomizado por todo o território nacional de ativos tecnológicos. Para o Estado do Rio de Janeiro é fundamental que se retome o projeto da Cidade do Rio de Janeiro, visando liderar um processo virtuoso de inovação tecnológica, produção científica, artística, cultural e de entretenimento sediado na Cidade do Rio de Janeiro, espalhando-se pela Baixada Fluminense e pela Baixada Litorânea, criando um corredor- com epicentro na Cidade do Rio de Janeiro - que iria até a Cidade de Macaé, 'capital' do petróleo e gás, que terá importância e vitalidade pelos próximos 70 anos.
Essas iniciativas de um polo de inovação e produção tecnológica já contam com a capacidade instalada de seis universidades públicas importantes : a UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFF - Universidade Federal Fluminense, a UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense.
Além do contar com apoio de outros centros universitários como a PUC-Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a FGV - Fundação Getúlio Vargas, o IBMEC e alguns outros centros de pesquisas espalhados por diversas empresas e startups pelo Estado do Rio de Janeiro, por esse corredor que contempla a Cidade do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, se estendendo por toda as cidades da Baixada Fluminense, toda a Baixada Litorânea, incluindo a Região dos Lagos, os municípios da Baixada Litorânea, em um corredor aberto para as inovações tecnológicas, com logística e estrutura para renovação e invenção tecnológica que surge como principal perspectiva de trabalho e renda no Estado do Rio de Janeiro e de sua economia no contexto nacional, latino-americano, do hemisfério Sul e mundial.
Sem essa alternativa estaremos condenados a sermos párias nacionais e mundiais, ficaremos fora desse processo.
Portanto, a iniciativa do Senac, com apoio da prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, que deveria ter o apoio de um consórcio dos municípios de Niterói ,São Gonçalo, Baixada Fluminense, Baixada Litorânea e Região Serrana do Rio de Janeiro, reabre a possibilidade do Estado do Rio de Janeiro ser o ponta de lança da inovação tecnológica no Brasil do tempo presente, na América Latina, no Hemisfério Sul e no mundo. Em especial no momento em que se discutem intensamente as tecnologias da informação, as tecnologias de inteligência artificial, a utilização da Engenharia Biogenética para a produção em massa de alimentos e reforço da produção agropecuária com produção de proteínas animais através de processos industriais utilizando células tronco.
Teríamos um movimento paralelo no sentido de substituição da energia de petróleo e gás por energias renováveis, já que a economia de petróleo e gás tem uma perspectiva para os próximos 70 anos. Usarmos a produção de gás natural como uma fonte produtora de fertilizantes agrícolas, produtos agrícolas derivados do petróleo e do gás e usinas termoelétricas alimentadas por oleodutos vindos de Macaé e adjacências.
Fonte: * Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ.