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Jair Bolsonaro diante da Quaest e do DataFolha "gritou" para Cláudio Castro e Romário: "não me deixem só"

Política & Vida, Por Paulo Baía, Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ

Em 21/08/2022 às 19:20:44

A campanha de Jair Bolsonaro precisa encontrar um vetor de crescimento nos próximos 10 dias, até o início do mês de setembro. Isso é percebido ao se analisar nos detalhes as pesquisas do Instituto Quaest e do Instituto Datafolha, publicadas no dia 18 de agosto. Para tal, Jair Bolsonaro está pressionando todos os candidatos do PL- Partido Liberal, assim como todos os candidatos dos demais partidos aliados, coligados formalmente com o PL para a presidência da república, a não esconder seu nome e figura nos eventos, falas, discursos e panfletos. Essa ameaça pode funcionar para os candidatos do PL - Partido Liberal; os demais partidos, mesmo coligados com Jair Bolsonaro, têm autonomia para deliberar sobre o uso dos Fundos Eleitoral e Partidário, e definir quem é quem para o uso do tempo de Televisão e Rádio nos 26 estados federados mais o distrito federal.

Esconder o nome e a imagem de Jair Bolsonaro está acontecendo em São Paulo na campanha de Tarcísio Freitas, no Rio de Janeiro nas campanhas de Cláudio Castro para governador e Romário para senador.

Nos estados da região nordeste também é uma prática que se intensificou ao longo do mês de agosto.

Colocar o nome e a imagem de Jair Bolsonaro como principal peça nas campanhas eleitorais é o objetivo tático e estratégico principal desta fase da campanha. Essa possibilidade é real para o estado do Rio de Janeiro na reeleição do governador Cláudio Castro e para a campanha de reeleição do senador Romário.

Cláudio Castro e Romário são do PL- partido do presidente Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Cláudio Castro, assim como Romário possuem grandes, múltiplas, diversificadas e flexíveis campanhas em todos os 92 municípios no estado do Rio de Janeiro.

Existem alianças locais, em municípios e seus distritos, de candidatos a deputado federal e estadual com Lula da Silva, Ciro Gomes e Simone Tebet.

Então, é muito difícil que a campanha de Cláudio Castro se fixe exclusivamente em Jair Bolsonaro, embora Cláudio Castro e Romário declarem publicamente voto em Jair Bolsonaro. Mas suas campanhas são amplas, são flexíveis, são sem amarras exclusivas com o PL e Jair Bolsonaro: possuem pontes, laços e alianças com todas as forças políticas no estado do Rio de Janeiro.

A ameaça da coordenação central da campanha nacional de Jair Bolsonaro, ventilada nos últimos dias, tem uma endereço com nome, sobrenome e CPF. É uma aviso, um alerta diretamente vinculado aos nomes de Cláudio Castro e Romário, mas possuem outros endereços e nomes na região nordeste, como o de Ciro Nogueira, e em outros estados que também não estão fazendo uma campanha com eixo exclusivo em Jair Bolsonaro, que estão escondendo o nome de Bolsonaro, como a candidatura do ex-ministro Tarcísio Freitas em São Paulo, que também não está com foco, não prioriza o nome de Jair Bolsonaro em sua boa campanha para governador de SP.

Os candidatos aos governos de São Paulo e Rio de Janeiro querem, apesar de "bolsonaristas de primeira hora", serem Independentes da campanha de Jair Bolsonaro, ao contrário de 2018, quando a aderência ao nome de Jair Bolsonaro era uma possibilidade de sucesso, aderência usada por João Dória e Wilson Witzel com sucesso. Tarcísio Freitas, Cláudio Castro e Romário não querem perder votos de quem vai votar em Lula da Silva, Ciro Gomes e Simone Teblet.

Isso é uma boa notícia para os estrategistas da campanha de Lula da Silva.










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