De volta ao episodio-piloto: encontro com o passado para reflexão sobre quem você é hoje

Aos quinze anos abri o meu primeiro livro dizendo ‘’acho que não existiriam tantas ficções se todos contassem suas histórias. Nossas histórias são fantásticas. Acho. Cada um de nós tem uma história incrível que deve ser contada, deve ser escutada.’’ Bom, no auge da minha pouca experiência de vida, eu acreditava que era capaz de salvar o mundo... Estava completamente enganada, mas se tem uma coisa que eu escrevi e continuo concordando é que cada um de nós tem uma história digna de best seller. Ou deveria ter.

Gostaria de ressaltar que histórias de vida nada têm a ver com tempo de vida. Uma criança que venceu o câncer aos dez anos pode ter mais para contar do que um adulto de quarenta, por exemplo. Ok, não é só de momentos dolorosos que nascem os maiores contos. É sobre você se conhecer e valorizar a sua própria existência.

Sugiro que você tenha um encontro com você. Com o seu passado. E converse o suficiente para entender o que te trouxe até aqui e o que você se tornou.

Seus sonhos, suas metas, suas expectativas, suas viagens, suas realizações, sua história. Um momento que você vivenciou pode servir de exemplo para alguém. Alguma frustação ou realização sua pode ser o exato conselho que alguém está buscando...

Quando, aos dezesseis, decidi publicar meus textos, não imaginava que seria possível alcançar tantas leituras. Eu achava que minha vida e minha história eram sem graça. Talvez estivesse certa. Mas se hoje você está aqui acompanhando meus textos nessa coluna, talvez tenha servido para alguma coisa. Quem sabe... Mas o objetivo do texto de hoje é justamente propor uma dose de autoconhecimento.

Sugiro também que você experimente pelo menos uma vez na semana ou no mês fazer algo que você realmente goste. Algo que faça com que você sinta que a sua história está valendo a pena... Reflita!

Se você concluir que o enredo não te agrada, por que não recomeçar? Eu sei que, na medida em que vamos nos tornando adultos, somos atropelados por responsabilidades e exigências tornando cada vez mais complexa a possibilidade de refletir e mudar. Às vezes, a infelicidade parece cômoda, não é? A gente vai aceitando o que está longe de nos fazer bem pelo simples fato de estar ‘’confortável’’ ali... Mudar dá trabalho!

Vou usar agora uma metáfora que usei em uma palestra que fiz em 2019: armário! Na correria do dia a dia é comum irmos jogando as coisas lá dentro mas chega um momento que não tem como fugir, precisamos arrumá-lo. E para que essa arrumação aconteça, antes é necessário uma grande bagunça. Tirar tudo lá de dentro e selecionar o que pode ser doado, o que deve ser jogado no lixo, o que precisa ser lavado e então limpar o armário para encaixar e organizar apenas o que interessa. Bate uma preguiça só de pensar nessa faxina, não é? Faz uma suejeira externa também... Mas o resultado é satisfatório! Mudar dá trabalho. Mas sabe o que também dá trabalho? O resultado de uma vida sem expectativas. Fazer da sua história aquele livro sem graça que fica jogado em um canto qualquer. Às vezes é necessário sair da zona de conforto, principalmente quando não há conforto algum. Até o próximo texto!

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