Você já teve a sensação de todos os dias serem iguais ou de estar caminhando em direção a lugar nenhum? Até mesmo quando ainda há sonhos, planos e metas. Mas há um vazio inexplicável te consumindo? Ou simplesmente vivendo no automático e deixando as percepções para lá. Oito ou oitenta, um dia você está repleto de gás para cumprir metas e no outro você sequer tem vontade de tirar o pijama.
É... Peço perdão pelo meu sumiço, queridos leitores, mas estava nessa fase de ter muito para falar porém não saber o que dizer. Talvez eu tenha aceitado que, na verdade, nem ao menos tinha sobre o que falar e apenas estava sendo engolida pelo vazio existencial. Talvez você me entenda e talvez seja esse o assunto.
Até vasculhei textos antigos e pensei ‘‘não é possível esse bloqueio criativo’’, se vez ou outra acontece com você, quem sabe essa notícia te conforte: você não está sozinho nessa! Não que essa seja a melhor notícia do século, mas convenhamos: quem nunca se sentiu aliviado quando percebeu que não era o único traçando um desafio? Quem nunca, na época do colégio, se sentiu menos pior quando percebeu que aquela nota vermelha em seu boletim também coloria o boletim do restante da turma? Hoje mesmo olhei meu cronograma da faculdade e percebi que estou um pouco atrasada, mas como meus colegas também estão, não senti que era o fim do mundo ou que eu era a pessoa mais problemática do grupo. É bom não estar encrencado sozinho! E nem sempre é sobre encrenca.
Às vezes é cômodo não ser o ‘‘diferentão’’, mesmo que reproduzir determinados comportamentos uniformes seja crucial. Às vezes é confortável não reprovar suas próprias atitudes, não importa o quanto tenha consciência de que está falhando. Às vezes só é confortável deixar para lá... Muito confortável.
É curiosa a forma em que nos etiquetamos e compensamos através do coletivo, não acha? Ao mesmo tempo em que elevamos o discurso do ‘’não se compare, você é único’’, também sustentamos o auto-conforto do ‘’não estou só nessa enrascada’’ ou ‘’minha situação está complicada, mas a de fulaninho é ainda pior, ufa!’’. Não tem jeito, até sem querer nos avaliamos diante do outro. Fala a verdade: é satisfatório não estar tão por baixo assim que chegamos a duvidar da nossa santa bondade e questionar se somos tão cruéis com o outro, seja lá quem for.
Então, meus caros, bandeira branca se lhes conforta saber que não são os únicos a, vez ou outra, se sentirem pra trás. Relaxa, você não é terrível por isso, estamos todos no mesmo barco! Tá todo mundo meio mal por uma questão ou outra. Todo mundo procrastina vez ou outra. E tá tudo bem! Quem foi que inventou que temos que ser os melhores em tudo e o tempo todo? Que temos que estar por cima, e claro, todo mundo precisa saber, senão, não tem a menor graça. É tudo pelos outros, é tudo maquiado. Ai, que preguiça! Relaxa, pode falhar vez ou outra mesmo que ninguém esteja errando nessa (com certeza estarão errando em outra, e mais uma vez: tá tudo bem)! Fomos inseridos em um universo competitivo, a culpa nem é sua.
Certa vez, em um dos meus livros, eu jurava que estava escrevendo uma mensagem de apoio quando disse que nós somos responsáveis por nossa realidade. Nesse momento eu ia de encontro com a sentença de: podemos melhorar nossas próprias atitudes e atrair da mesma energia que emanamos. Ainda acredito em física quântica e o funcionamento da energia, mas talvez eu tenha sido cruel na percepção de: se nós somos responsáveis pela nossa própria realidade, é a culpa que nos faz sofrer. Não a culpa em si, mas o ato de não poder transferir essa culpa a ninguém além de si mesmo. Ainda não aprendemos a lidar com essa responsabilidade, mas nos foi ensinado a nos auto-torturar com a culpa. Foi nos ensinado a nos sentir inferior. Isso sim é bárbaro.
Quer saber? Corra atrás dos teus planos, lute pelos seus sonhos, promova o seu lazer, lute mais um pouco, mas também se permita falhar, assim, vez ou outra. Comemore as vitórias dos que torcem por ti e acredite que você também é capacitado. Nem tudo precisa ser uma competição miserável, até mesmo porque cada um tem sua batalha pessoal. É clichê, mas a sua hora há de chegar. Confia!
Até o próximo texto!
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