Com indicação ao Oscar, “Nimona” merece muito seu play na Netflix

Fui dar play em “Nimona” sem saber de nada, nem sinopse, nem trailer, só que estava na lista da principal premiação do cinema. E com essa página em branco conquistei uma experiência incrível ao conhecer essa história. Tinha tempo que não me divertia tanto com um filme, de verdade. Mas, além de me fazer rir, “Nimona” tocou meu coração e mostrou o quanto é uma produção importante.

Somando a minha experiência com uma personagem elétrica e história cativante, decidi que “Nimona” merece sim 5 estrelas. Para mim, explicar aqui um pouco do que achei de uma produção está muito além de uma crítica para apontar os acertos e o que, na minha opinião, funcionaria melhor, mas sim como o conteúdo me impactou e continuará comigo por muito mais do que a duração de sua narrativa. Por isso, queria deixar como dica sobre filme isso: para agora de ler e vá aproveitar “Nimona”.

Para os mais curiosos e ansiosos, seguimos.

A grande narrativa costura bem o arco de dois personagens: Nimona (dublada por Chloë Grace Moretz) e Ballister (Riz Ahmed). Enquanto ela é vista como vilã e prova seu heroísmo, ele está na busca da honra. E assim essas histórias combinam tão bem em uma só graças à linda amizade que se estabelece. “O mundo pode ser um lugar cruel, mas, juntos, podemos enfrentá-los.”

O cenário dessa história é bem interessante, pois temos todo um status quo de sociedade medieval ao mesmo tempo em que há o aspecto futurista. E, nesse reino, basicamente um feudo, serão discutidos muitos assuntos, desde a política, o poder, o código de honra e quem é o inimigo. Ou melhor, monstro. Porque aqui a monstruosidade é sinônimo de diferente e é preciso rever isso.

O mundo lúdico e a própria Nimona vão abrir espaço para uma história queer muito incrível, especialmente por sua criadora ND Stevenson. O roteiro consegue bem costurar para falar sobre preconceito, medo, aceitação e identidade através de um bom equilíbrio entre o mistério, aventura, drama e comédia. Com destaque para o último, porque eu me diverti genuinamente com a dupla principal. Os alívios cômicos de Nimona são sensacionais. E isso tudo em menos de 1h30!

Uma sociedade tão à frente tecnologicamente e com uma realidade tão retrógrada quanto a era medieval. Por isso que a protagonista assusta. Ela é quem se transforma e é essa referência que ajuda a abrir tantos debates sobre representação também.

Inspirado na HQ de mesmo nome, o filme conquistou indicação ao Oscar na categoria de Melhor Animação. Além do excelente roteiro e dublagens, é preciso aplaudir a linda mistura do 2D e 3D e a trilha sonora. O projeto era da antiga BlueSky e já tinha 70% do filme pronto. Entretanto, após a compra da empresa, a Disney não levou para frente. Um grande erro, mas ainda bem entre os pedidos de #savenimona nas redes sociais e percepção do lindo projeto que é, hoje temos a sorte de ter o filme facilmente na Netflix.