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Um olhar para o invisível

Menina Aleatória, Por Anna Domingues, Escritora

Em 24/03/2025 às 08:44:49
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É curioso como, às vezes, a vida parece um grande jogo de esconde-esconde, onde todos estão ocultando algo, e ninguém sabe muito bem o que está atrás de cada olhar ou sorriso. A verdade é que cada um de nós carrega uma batalha oculta. Uma luta silenciosa que nos torna vulneráveis tanto quanto nos fortalece. A carga que todos carregam, mesmo que não seja visível, tem um peso imenso.

A pressa, essa armadilha da modernidade, nos faz esquecer disso. Estamos tão focados nos nossos próprios desafios – no que é urgente, no que é preciso resolver – que mal notamos o que está acontecendo à nossa volta. Nos tornamos, sem querer, absorvidos pelos nossos próprios pensamentos, como se a nossa dor, nossa ansiedade, fosse a única que importasse. E, em meio a isso, a gentileza parece um luxo, um ato raro em um mundo de demandas constantes.

Mas a verdade é que a gentileza vai além de um mero gesto simpático. Ela é uma maneira de reconhecer que cada ser humano está travando algo que não conseguimos ver. Pode ser uma dor que ainda não cicatrizou, uma tristeza que não se expressa, uma dificuldade que não se compartilha, um luto que tortura... São batalhas que, muitas vezes, se desenrolam no silêncio. O sofrimento não escolhe quem será visível e quem não será. Ele se espalha discretamente e, por isso, não vemos as guerras diárias que as pessoas enfrentam, apenas o reflexo exterior, o que é dito, o que é mostrado.

É nesse cenário que a empatia se torna uma escolha necessária. Escolher ser gentil é decidir, por um momento, se colocar no lugar do outro, sem pressa de julgar. É lembrar que todos têm um fardo, um peso que carrega nas costas. E não se trata de compadecer-se, mas de simplesmente reconhecer que aquele sorriso que parece distante, aquela palavra apressada, aquela atitude ríspida, podem ser a maneira que alguém encontra para lidar com algo muito maior do que imagina.

Na pressa do cotidiano, é fácil esquecer que cada gesto nosso pode ser um bálsamo para a alma de quem está ao nosso redor. Às vezes, a gentileza vem na forma de uma palavra gentil, de uma paciência inesperada, de um silêncio respeitoso quando o outro precisa respirar. Não custa nada, mas pode significar o mundo para quem está atravessando um campo minado de emoções.

No fim das contas, a gentileza não é apenas um favor, mas um lembrete de que somos todos humanos, vulneráveis e imperfeitos. Ao estender um gesto de empatia, não estamos apenas aliviando a dor do outro, mas também suavizando a nossa própria jornada. Em um mundo que insiste em acelerar e priorizar o individual, parar para enxergar o outro com mais compreensão pode ser o ponto de virada que todos precisamos. Porque, talvez, ao nos darmos conta de que estamos todos lutando nossas batalhas invisíveis, a gentileza se torne a ponte que conecta nossas almas e nos torna um pouco mais inteiros.

Até o próximo texto!

@portal.eurio

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