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Um dia depois do fim

Menina Aleatória, Por Anna Domingues, Escritora

Em 07/04/2025 às 07:06:22
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Eu sempre escutei que, quando uma porta se fecha, outra se abre. Mas, e quando todas as portas se fecham? Quando o dia vira noite e o futuro parece uma estrada sem fim, sem sinal de luz, sem sinal de nada? É difícil manter a esperança no meio da tempestade. Parece que o sol vai demorar demais para voltar, e a gente se pega acreditando que talvez ele nunca volte.

Naqueles dias de silêncio e incerteza, é fácil cair na tentação de pensar que nada vai dar certo ou até mesmo que o mundo conspira contra nós. Quando todos os projetos parecem se desmoronar e a vida, de repente, parece te empurrar para um canto escuro, a palavra “esperança” soa quase como uma piada de mau gosto. Como esperar algo melhor quando o melhor parece tão inalcançável?

Talvez você também tenha vivido um momento assim: as portas se fecham com um estrondo, uma atrás da outra, como se o universo estivesse fazendo questão de que eu ouvisse o som do tranco. A sensação era de estar em um túnel sem saída. Tudo o que eu queria era gritar, me perder em algum lugar onde o peso do mundo não me alcançasse. Mas, como já sabemos, o grito não resolve. E, às vezes, ele apenas ecoa vazio.

O truque, e vou te contar isso por experiência própria, é não buscar a porta certa. Não ficar obcecada, com o peito apertado, tentando encontrar uma saída imediata para um problema que, muitas vezes, leva mais tempo para ser resolvido do que gostaríamos de admitir. O segredo está em seguir com o que se tem. Mesmo que pareça pouco. Mesmo que esse pouco não pareça fazer sentido. E posso te garantir que são nesses momentos desafiadores que descobrimos os nossos limites e verificamos a nossa força.

A vida, por vezes, parecia pedir mais do que eu estava pronta para oferecer. E, no meio da crise, o que se apresentava à minha frente não era um mapa com a direção certa, mas uma grande pergunta: quanto você aguenta? Eu costumo chamar essa fase de “autodescoberta”: você descobre a sua capacidade em coordenar as questões que pareciam impossíveis, e sinceramente? Eu curto muito testar os meus próprios limites.

Na verdade, vejo que a vida tem um jeito engraçado de nos fazer questionar a nossa capacidade de resistência. Quando tudo que conhecemos se desmorona ao nosso redor, e a única coisa que restasse fosse a sensação de estar em um lugar sem saída. Acontece com todos nós, em algum momento: essas portas começam a se fechar, uma atrás da outra... Mas, e se, ao invés de gritar de desespero, a gente começasse a perguntar: "O que me resta agora?" Não é fácil responder a essa pergunta. Quando todas as possibilidades parecem desaparecer, é como se a esperança tivesse tirado férias, e a gente ficasse se perguntando como é possível acreditar em algo melhor quando o pior parece ser a única verdade palpável.

É nos momentos em que achamos que tudo está perdido que mais nos aproximamos de nós mesmos. E, lá dentro, nas profundezas da nossa alma, encontramos a chave que vai abrir a próxima porta. Não uma porta de saída rápida, mas uma porta que nos leva a um novo entendimento, a uma nova força que nos faz lembrar que, mesmo quando todas as portas se fecham, a verdadeira esperança, força e coragem está dentro de nós. E talvez seja um prazer conhecer a nossa versão mais forte e resistente... É simplesmente o primeiro dia depois do fim.

Até o próximo texto!

@portal.eurio

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