Para celebrar o Dia Nacional e Estadual da Economia Solidária (15/12), a Frente Parlamentar da ALERJ que defende o tema no Estado do Rio de Janeiro homenageou ontem (16), com o Diploma Paul Singer, na Casa Legislativa, iniciativas que comprovam ser possível associar a valorização do trabalho humano, o respeito à natureza e a promoção da dignidade – alguns pilares da economia popular solidária – ao desenvolvimento econômico e à geração de trabalho e renda. Dentre elas, o Banco Comunitário do Preventório, principal iniciativa da Associação do Morro do Preventório, em Jurujuba, Niterói. Com assessoria da Universidade Federal Fluminense (UFF) e gestão dos próprios moradores, o banco criou uma moeda social própria conhecida como "prevês" para estimular o consumo interno dentro do próprio bairro.
Para o deputado Waldeck Carneiro (PT), presidente da Frente, a economia popular solidária é o aposto da economia capitalista convencional. "Em vez do individualismo, o cooperativismo, em vez do foco excessivo no lucro, a prática do preço justo, em vez da economia predatória, a preocupação genuína com a sustentabilidade. É o trabalhador se afirmando pelo trabalho, é a possibilidade de nós entendermos que é possível praticar uma economia de outro tipo no Rio de Janeiro e no Brasil", explicou.
Autor de diversas leis do campo da economia solidária, como a que instituiu a Política Estadual de Ecosol (8.351/2019) e a que criou o Circuito Fluminense de Ecosol (8.354/2019), Waldeck chamou a atenção para a ausência de espaços de referência da economia solidária que possam ser usados tanto para a comercialização dos produtos, quanto para o assessoramento técnico e a formação continuada dos produtores.
"É importante lembrar que muitos empreendedores precisam de ajuda técnica sobre controle de estoque, compra de insumos e formulação de preços. Por isso, estamos lutando pela abertura de um Centro Público de Ecosol no Rio e pela reabertura do Mercado São José, em Laranjeiras, com destinação prioritária para a comercialização de produtos oriundos da economia popular. Além disso, seguimos estimulando as prefeituras para que implantem centros de escoamento desses produtos, que não se resumem em feiras. As feiras são importantes, mas são sazonais".
Para tratar dessas demandas, ele esteve reunido com o Secretário Estadual de Trabalho e Renda, Jorge Gonçalves da Silva, que também esteve presente na sessão solene desta segunda-feira. Gonçalves anunciou que no novo cronograma da secretaria consta uma coordenadoria para priorizar o tema. "Houve um aumento nos empreendimentos da economia solidária e a SETRAB atuará no desenvolvimento desta área de forma integrada para geração de trabalho e renda".
Além de diversos movimentos protagonizados por mulheres, agroecologistas e catadores de lixo, estiveram presentes os Fóruns Municipais de Economia Solidária do Rio de Janeiro, de Niterói, Queimados, Nova Iguaçu, Maricá, Belford Roxo, Paracambi, Volta Redonda, São Gonçalo, Mesquita e Petrópolis.
O Festival EcoSolidário, com comercialização de produtos do setor, também aconteceu na lateral da ALERJ, com barracas de artesanato, oficinas, rodas de conversa e atrações culturais.