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PM chefe de milícia na Zona Oeste lavava dinheiro em imóveis e depósitos de GLP

Policial está preso desde o ano passado e foi condenado a cinco anos e três meses de reclusão

Por Mario Hugo Monken em 28/12/2019 às 11:08:00

Um sargento aposentado da PMERJ conhecido por várias alcunhas, entre elas Tio San é suspeito de comandar a milícia que atua na comunidade da Carobinha, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, pelo menos desde o ano de 2015.

O policial está preso desde o ano passado e, em maio de 2019, foi condenado a cinco anos e três meses de reclusão, juntamente com outros nove suspeitos de fazer parte do mesmo grupo. A milícia local teria outro líder conhecido como Naldo, que responde por um homicídio cometido na comunidade mas não é réu neste processo.

Investigações revelam que o policial possui imóveis de depósitos de GLP (gás liqüefeito de petróleo) que são utilizados para facilitar a movimentação financeira da quadrilha.

O grupo tem aliança com a Liga da Justiça, o maior grupo paramilitar do Estado. Tio San é homem de confiança de um ex-PM que durante anos liderou a principal milícia fluminense e que encontra-se preso também.

A milícia da Carobinha constrange moradores e comerciantes sob seu domínio à regular entrega de quantias em dinheiro à malta, sob o pretexto de 'protegê-los' de criminosos que os pudessem eventualmente perturbar; impõe à população um monopólio exercido pela na comercialização de botijões de gás e na redistribuição (ilegal) de sinais de programação de emissoras de TV a cabo ('gatonet'), efetua a receptação de veículos roubados e clonados, a fim de facilitar o desenvolvimento de suas atividades criminosas, pratica espancamentos, sequestros, torturas e homicídios qualificados, não raro de forma ostensiva - em plena luz do dia e em locais de grande aglomeração de pessoas -, de todos quantos se recusem a se submeter às 'regras' impostas pelo bando ou ousem intentar levar ao conhecimento das autoridades noticia da barbárie por ela desencadeada em sua área de influência.

Sob o comando do policial, a Carobinha foi invadida por uma quadrilha rival em 2017 ocasião que três pessoas morreram e outras 13 foram baleadas. Ao menos 20 bandidos atacaram a comunidade na época. Carros, ônibus e retroescavadeiras chegaram a ser incendiados. A polícia na ocasião investigava duas hipóteses: ataque do tráfico ou de uma milícia inimiga (naquele ano a Liga da Justiça ainda era rival). Não há nem processo judicial para esse caso ainda.
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