O caso da operação da PM no Morro do Vidigal, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que ocasionou quatro mortos na semana passada, está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. Testemunhas e parentes estão sendo ouvidos. A perícia na comunidade no dia de hoje (22) já foi finalizada. Diligências ainda seguem em andamento.
Um dos mortos já tinha sido condenado por tráfico de drogas. Ele atuava como "mula" - pessoa que faz o transporte de entorpecentes - entre criminosos do Morro do Cantagalo e a Cruzada São Sebastião, no Leblon.
Os outros três não respondiam a nenhum processo. Parentes de dois deles disseram que um trabalhava como porteiro e o outro como entregador de supermercados.
O condenado
Ivanildo Moura de Souza, que tinha 22 anos, foi preso em 2016 quando ainda era menor de idade. Ele foi flagrado com 34 gramas de cocaína.
Na ocasião, policiais estavam em patrulhamento na Lagoa quando viram o acusado em atitude suspeita e resolveram abordá-lo.
Ao avistá-lo, o réu fugiu na direção de um dos prédios existentes no local, chegando a entrar na propriedade. Todavia, logo foi alcançado pelos policiais com a ajuda dos moradores do edifício.
Ao realizarem a revista, os policiais verificaram que o acusado portava consigo uma quantidade de entorpecentes no interior do bolso de seu casaco. Dessa forma, efetuaram sua prisão em flagrante.
Durante a audiência, os policiais reconheceram Ivanildo como autor dos fatos narrados na denúncia.
O réu, em seu interrogatório, apenas corroborou o que foi informado pelos agentes públicos, já que havia relatado espontaneamente sua culpa.
Ele disse que seu dever era levar aquela carga de drogas do Cantagalo até a Cruzada e que ganharia o valor de cinquenta reais por tal tarefa. Ou seja, atestou que trabalhava ocasionalmente como ´mula´ do tráfico.
Ivanildo acabou condenado a cinco anos de reclusão. A defesa recorreu e a pena foi reduzida a um ano e oito meses de prisão em regime aberto.