O Disque Denúncia continua oferecendo recompensa de R$ 1 mil para quem prestar informações que ajudem na captura de Diego Pereira da Silva, o Maluquinho, filho do traficante Elias Maluco. Maluquinho é dado extra oficialmente como morto pela polícia fluminense há anos, mas não há confirmação do seu óbito.
Dados de inteligência de 2017 revelam que Diego teria sido sequestrado e morto por uma milícia e que seu pai pretendia, na época, invadir o reduto dos paramilitares com objetivo de cometer ataques e arrastões como forma de retaliação.
O inquérito para apurar o suposto sequestro de Maluquinho foi aberto em 2014. Procurada, a Polícia Civil se limitou a dizer que a investigação foi concluída e remetida à Justiça. Não falou se houve indiciados, presos e se o corpo foi encontrado.
Na época em que surgiu a informação sobre o sequestro, a mãe de Maluquinho contou, em depoimento na DAS (Divisão Anti-Sequestro), que o filho foi vítima de uma extorsão. Teria sido levado de casa por dois homens que usavam coletes da Polícia Civil. Pelo telefone, os suspeitos teriam exigido R$ 1 milhão para liberá-lo.
Dois dias depois, segundo ela, os traficantes teriam feito um acerto e entregaram R$ 276 mil. Apesar disso, Diego não teria aparecido e os policiais na ocasião acreditavam que ele estivesse morto.
Segundo publicação do Portal Procurados do Disque Denúncia, Diego Pereira da Silva, o Maluquinho, foi chefe do tráfico de drogas da Favela do Dique, no Jardim América, Zona Norte do Rio.
Processos
Ele chegou a ser preso com arma e munição, em 2011, em Vigário Geral, na Zona Norte da capital. No momento da prisão, "Maluquinho" estava armado com uma pistola 9 mm e portava um carregador com 11 munições.
Segundo a investigação, Maluquinho coordenava as ações de roubos armados que financiavam as ações da quadrilha do qual liderava.
Por conta desta prisão, ele foi condenado no mesmo ano a três anos de reclusão. O processo chegou a ficar quatro anos (entre 2014 e 2018) sem qualquer movimentação.
Há ainda um outro processo contra Diego datado de 2010 e que, em 29 de outubro do ano passado, foi expedida carta de sentença. Não é possível acessar o conteúdo porque a ação é sigilosa.
Contra ele, há ainda autos de 2009 em que foi condenado a seis anos e nove meses de prisão por integrar uma quadrilha acusada de cometer uma série de crimes de tráfico ilícito de substância entorpecente, de forma a disseminar cocaína, maconha e crack, na localidade da Cidade Alta, em Cordovil. A sentença saiu em fevereiro de 2014, meses antes da notícia de sequestro.
Diego e comparsas mantinham relações ilícitas com suspeitos que controlavam outros territórios, em especial as comunidades de Furquim Mendes, Favela do Dique e Morro da Fé. Ele era o responsável pela aquisição de armas e munições usadas em crimes.
Escutas telefônicas flagraram Maluquinho, por exemplo, perguntando sobre a localização de "pentes" (fuzis), para que um comparsa levasse sua pistola para praticar roubo de carro e uma outra em que um homem aparece para lhe oferecer munições. Os dois acertaram o negócio por R$ 800 por três caixas de balas.
Há ainda uma outra interceptação em que o filho de Elias Maluco pediu a um traficante que leve um fuzil até ele porque tinha que cumprir uma missão, que seria praticar roubos.
Neste processo, a última informação consta em 14 de maio passado em que o juiz diz que deixou de expedir mandado de prisão em relação a Diego tendo em vista o regime fixado de condenação (aberto).