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Disque Denúncia mantém recompensa por filho de Elias Maluco, dado como morto

Não há informação oficial do óbito de 'Maluquinho', que agia na Favela do Dique

Por Mario Hugo Monken em 23/01/2020 às 10:14:59

Foto: Divulgação

O Disque Denúncia continua oferecendo recompensa de R$ 1 mil para quem prestar informações que ajudem na captura de Diego Pereira da Silva, o Maluquinho, filho do traficante Elias Maluco. Maluquinho é dado extra oficialmente como morto pela polícia fluminense há anos, mas não há confirmação do seu óbito.

Dados de inteligência de 2017 revelam que Diego teria sido sequestrado e morto por uma milícia e que seu pai pretendia, na época, invadir o reduto dos paramilitares com objetivo de cometer ataques e arrastões como forma de retaliação.

O inquérito para apurar o suposto sequestro de Maluquinho foi aberto em 2014. Procurada, a Polícia Civil se limitou a dizer que a investigação foi concluída e remetida à Justiça. Não falou se houve indiciados, presos e se o corpo foi encontrado.

Na época em que surgiu a informação sobre o sequestro, a mãe de Maluquinho contou, em depoimento na DAS (Divisão Anti-Sequestro), que o filho foi vítima de uma extorsão. Teria sido levado de casa por dois homens que usavam coletes da Polícia Civil. Pelo telefone, os suspeitos teriam exigido R$ 1 milhão para liberá-lo.

Dois dias depois, segundo ela, os traficantes teriam feito um acerto e entregaram R$ 276 mil. Apesar disso, Diego não teria aparecido e os policiais na ocasião acreditavam que ele estivesse morto.

Segundo publicação do Portal Procurados do Disque Denúncia, Diego Pereira da Silva, o Maluquinho, foi chefe do tráfico de drogas da Favela do Dique, no Jardim América, Zona Norte do Rio.

Processos
Ele chegou a ser preso com arma e munição, em 2011, em Vigário Geral, na Zona Norte da capital. No momento da prisão, "Maluquinho" estava armado com uma pistola 9 mm e portava um carregador com 11 munições.

Segundo a investigação, Maluquinho coordenava as ações de roubos armados que financiavam as ações da quadrilha do qual liderava.

Por conta desta prisão, ele foi condenado no mesmo ano a três anos de reclusão. O processo chegou a ficar quatro anos (entre 2014 e 2018) sem qualquer movimentação.

Há ainda um outro processo contra Diego datado de 2010 e que, em 29 de outubro do ano passado, foi expedida carta de sentença. Não é possível acessar o conteúdo porque a ação é sigilosa.

Contra ele, há ainda autos de 2009 em que foi condenado a seis anos e nove meses de prisão por integrar uma quadrilha acusada de cometer uma série de crimes de tráfico ilícito de substância entorpecente, de forma a disseminar cocaína, maconha e crack, na localidade da Cidade Alta, em Cordovil. A sentença saiu em fevereiro de 2014, meses antes da notícia de sequestro.

Diego e comparsas mantinham relações ilícitas com suspeitos que controlavam outros territórios, em especial as comunidades de Furquim Mendes, Favela do Dique e Morro da Fé. Ele era o responsável pela aquisição de armas e munições usadas em crimes.

Escutas telefônicas flagraram Maluquinho, por exemplo, perguntando sobre a localização de "pentes" (fuzis), para que um comparsa levasse sua pistola para praticar roubo de carro e uma outra em que um homem aparece para lhe oferecer munições. Os dois acertaram o negócio por R$ 800 por três caixas de balas.

Há ainda uma outra interceptação em que o filho de Elias Maluco pediu a um traficante que leve um fuzil até ele porque tinha que cumprir uma missão, que seria praticar roubos.

Neste processo, a última informação consta em 14 de maio passado em que o juiz diz que deixou de expedir mandado de prisão em relação a Diego tendo em vista o regime fixado de condenação (aberto).

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