"A partir das nossas investigações descobrimos que eles traficavam próximo a estas instituições e também dentro de uma creche nesse complexo de favelas. O grupo criminoso tinha uma associação com quadrilhas especializadas em roubos de cargas e coletivos, onde eles emprestavam armas e davam refúgio nessas comunidades", disse o delegado Gustavo Castro.
Os traficantes buscavam aumentar os lucros das atividades criminosas associando-se a bandidos especializados em roubo de cargas, oferecendo armamentos e autorizando a retirada do fruto dos roubos no interior destas comunidades, em troca de uma porcentagem dos produtos do crime.
Segundo as investigações, a liderança da organização criminosa era de Charles Silva Batista, conhecido como Coroa, Charles do Lixão e Charles da Vila Ideal. Ele atualmente está preso na Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, conhecida como Bangu 1. Os policiais verificaram que ele segue comandando o grupo de dentro da cadeia.
Charles do Lixão. Foto: Divulgação Polícia Civil
Charles seria responsável por nomear os gerentes gerais do tráfico nas comunidades após a morte do filho, Charles Jackson Neres Batista, conhecido como Charlinho, em um confronto em março de 2019.
As investigações identificaram membros de toda a cadeia criminosa da quadrilha, que inclusive contava com traficantes que passavam despercebidos pelos policiais até então, pois não possuíam atuações criminais e, assim, conseguiam se deslocar sem serem incomodados.
As investigações mostraram que o grupo também expulsava famílias e pretendia construir moradias para serem comercializadas em uma área das comunidades, em ação considerada típica de milícia pelos policiais.