Ele é uma das maiores referências no surf mundial. Campeão de várias etapas do circuito mundial, título do WCT, popular nas redes e carismático, Gabriel Medina não imaginava, quando começou a surfar e prestes a completar 10 anos de profissional, conquistar o que já conquistou. Em entrevista exclusiva ao portal Eu, Rio!, fala do passado, do carinho com as cerca de 30 crianças que estão vinculadas no Instituto Gabriel Medina, em Maresias (SP) e de seu maior desejo atualmente: conquistar uma medalha inédita nas Olimpíadas de Tóquio em 2020, já que a modalidade estreará na competição.
Eu, Rio! - Em 2019 você completa 10 anos de profissional. Nesse período, entrou para a elite do surf em 2011, em 14 se tornou campeão do WCT e hoje tens uma legião de fãs espalhados pelo mundo. Lá atrás você imaginava tudo isso?
GM - Acho que há 10 anos nenhum surfista do mundo iria imaginar o crescimento do nosso esporte, hoje ele é muito diferente e cresce cada vez mais e fico muito feliz de estar evoluindo junto com ele. Eu sempre fui muito focado e determinado desde pequeno e claro desde então tinha meus sonhos e objetivos como todo jovem, mas a verdade é que a gente nunca imagina como exatamente as coisas vão acontecer. Confesso que nunca imaginei que isso tudo aconteceria e ainda mais da maneira que foi. Sou grato a todos que estiveram do meu lado apoiando e todos meus fãs durante todos esses anos. Fico muito contente de poder representar o Brasil mundo a fora.
Eu, Rio! - Além do Brasil, claro, onde você possui maior carinho entre fãs do surf? E como é sua ligação com os fãs? Você mesmo interage nas redes? Como você distribui seu tempo entre treinos, competições e atenção aos fãs?
GM - Tenho carinho por todos meus fãs, mas pelos fãs Brasileiros é sempre especial! Eu tento interagir o máximo que consigo com todos, tento me empenhar para dar uma sensação de proximidade aos meus fãs e sempre que possível busco interagir com eles. Com a agenda corrida de campeonatos, treinos e viagens preciso sempre focar para me equilibrar em todos esses pilares para conseguir dar atenção aos meus fãs e também manter o foco na minha performance esportiva.
Eu, Rio! - Como anda o Instituto Gabriel Medina? Você consegue apontar ali quem pode se destacar no mundo do surf? Pretende abrir outras unidades do projeto social em algum outro lugar do país ou do mundo?
GM - O Instituto Gabriel Medina (IGM) está muito bem, é um sonho pra mim e minha família poder dar a chance para mais de 30 crianças de buscarem seus sonhos no mundo do surf e cada vez que vou lá consigo ver a evolução de cada um deles. Acho que todos têm potencial para serem grandes campeões no surfe e na vida.
Hoje estamos dando total atenção a essa unidade sem planos de abrir em outros locais. Queremos primeiro solidificar o nosso trabalho em Maresias e depois pensaremos sobre expansão.
Eu, Rio! - Daqui a dois anos teremos Olimpíadas em Tóquio e o surf é uma das novidades. É um desejo seu participar e tentar buscar uma medalha inédita para o Brasil? E como será esse qualifying, já sabe como e quando será? Quais brasileiros, além de você, podem disputar as Olimpíadas?
GM - Com certeza! Participar de uma Olimpíada é o sonho de qualquer atleta e vou estar em busca de uma medalha inédita para o Brasil. A gente cresce vendo os Jogos, a famosa cerimônia de abertura e agora saber que temos a chance de participar também com o surfe é incrível, não vejo a hora. Com relação a estrutura e formato da competição do surfe para os jogos Olímpicos, ainda não temos muitas informações concretas. Com relação ao número/vagas de surfistas nas Olimpíadas sabemos que serão 20 vagas no masculino e 20 no feminino, com até 2 representantes em cada gênero por pais. O Brasil certamente será bem representado tanto no masculino quanto no feminino. Nomes como o Filipinho, Italo, Adriano, Silvana Lima e Tati são sempre fortes candidatos aos jogos de 2020.