O Museu Nacional começa a ser protegido por tapumes nesta terça-feira como parte das iniciativas de recuperação do que restou do incêndio do dia 2 de setembro. O diretor do Museu, Alexander Kellner, disse que a instalação da proteção vai demorar alguns dias e tem o objetivo de proteger o acervo contra a ação de criminosos.
E o vandalismo já ronda o que sobrou do Museu Nacional. Um homem foi preso após pichar a estátua de Dom Pedro II que fica na entrada do palácio. “Há uma preocupação com o acervo. Infelizmente, quando ocorrem catástrofes, pessoas que não tem sensibilidade querem entrar para ter algum ganho pecuniário”, disse o diretor.
Kellner explica que está nos planos a construção de uma cobertura no museu. O objetivo é criar uma proteção contra a chuva e preservar o que está no interior. A Polícia Federal ainda não liberou as dependências do palácio para a realização do resgate das peças.
O diretor disse ainda que existem propostas para a realização de atividades externas com o objetivo de manter a população próxima ao Museu Nacional. Essas atividades envolveriam a exposição de peças do acervo resgatadas ou que estão em locais não atingidos pelo incêndio.
A segurança da Quinta da Boa Vista também está em pauta. Kellner pretende se reunir com a Prefeitura para tratar do assunto.
O presidente Michel Temer assinou Medida Provisória que cria a Agência Brasileira de Museus (Abram) que passa a ser responsável pela gestão de 27 museus, entre as atividades previstas, as obras de recuperação do que foi destruído pelo incêndio. A MP tem 60 dias para ser votada no Congresso. Kellner disse que ainda não teve tempo de analisar o teor da medida. Ele evitou polemizar:
“Neste momento, o paralelo que faço é o de uma mina que desabou sobre pessoas. Existem pessoas lá dentro que precisam ser resgatadas. O que eu preciso fazer? É concentrar esforços no resgate ou discutir o código da mineração? Vejo com bons olhos a iniciativa privada auxiliando instituições museais”, disse.